A REFORMA PROTESTANTE -504 anos
A REFORMA PROTESTANTE-504 ANOS DE HISTÓRIA
Um movimento de transformação
religiosa atingiu a Europa no século XV
A Reforma Protestante foi
um movimento religioso que aconteceu na Europa, século XVI, fomentado por
razões políticas e religiosas. O movimento teve como principal líder Martinho
Lutero, um monge alemão, que por meio de 95 teses fez várias críticas à Igreja
Católica e ao Papa.
Naquele período, o principal embate
acontecia entre a Igreja e Estado Monárquico. A primeira tese
possuía domínio espiritual sobre o povo e detinha um certo controle
administrativo dos reinos, que eram desejados pelos reis.
Como forma de garantir o “direito
divino dos reis’, os governantes cobiçavam o poder espiritual e ideológico
pertencentes à Igreja e ao Papa. Além de desejarem cobrar tributos feudais.
A burguesia também começou a incomodar-se com alguns ideais do catolicismo. Por exemplo, a usura (empréstimos com juros) era considerado um pecado pela Igreja, que também era contra o acúmulo de bens e o lucro.
A REFORMA PROTESTANTE-504 ANOS DE HISTÓRIA
Um movimento de transformação
religiosa atingiu a Europa no século XV
A Reforma Protestante foi
um movimento religioso que aconteceu na Europa, século XVI, fomentado por
razões políticas e religiosas. O movimento teve como principal líder Martinho
Lutero, um monge alemão, que por meio de 95 teses fez várias críticas à Igreja
Católica e ao Papa.
Naquele período, o principal embate
acontecia entre a Igreja e Estado Monárquico. A primeira tese
possuía domínio espiritual sobre o povo e detinha um certo controle
administrativo dos reinos, que eram desejados pelos reis.
Como forma de garantir o “direito
divino dos reis’, os governantes cobiçavam o poder espiritual e ideológico
pertencentes à Igreja e ao Papa. Além de desejarem cobrar tributos feudais.
A venda de indulgências foi uma das motivações da Reforma Protestante de Lutero.
Quem também estava descontente com a
Igreja era a população, cansada dos abusos da Igreja e da sua falta de
propósito. Como os mosteiros e bispados ocupavam grandes terras, em muitos
casos os superiores religiosos vivam às custas dos camponeses.
Pré-Reforma de John Wycliffe
Lutero é o nome mais
conhecido da Reforma Protestante, contudo tal movimento teve como base os
ideias do professor e teólogo inglês, John Wycliffe. Ele levantou diversas
questões sobre a Igreja, entre elas a necessidade da figura do Papa, Wycliffe
pregava que "Nosso papa é o Cristo".
O teólogo tinha como propostas
reformistas:
• A pobreza
apostólica;
• A Escritura
como única lei da igreja;
• Os eleitos
são a igreja, não o Papa e os cardeais;
• Cristo como
o cabeça da igreja, não o Papa.
Quem foi Martinho Lutero?
Martinus Luter ou Martin Luther (1483
-1546), nasceu em Eisleben, na Alemanha, e foi considerado o principal líder da
Reforma Protestante. Ele teve uma infância coberta de mitos religiosos, com
histórias de demônios e bruxas.
Na adolescência, ao 16 anos,
ingressou na Universidade de Erfurt para estudar Artes, Leis, Línguas e
Filosofia. A pedido do seu pai, com 18 anos Lutero ingressou no curso de
Direito, contudo em 1505 decidiu entrou no Mosteiro Agostiniano de Erfurt e
seguiu a vida religiosa.
Martinho Lutero,
considerado o principal líder da
Reforma Protestante.
Em 1509, Martinho graduou-se em
bacharel em Estudos Bíblicos e em 1512 obteve o título de doutor em Teologia,
mesmo ano que foi eleito cônego do convento de Wittenberg. Os anos seguintes
foram dedicados ao ensino religioso e amadurecimento da sua doutrina de “justificação
pela fé”.
Lutero mostrava-se contrário à venda
de indulgências e nos anos de 1516 e 1517 proferiu três sermões em oposição a
tais práticas. Em um dos discursos disse:
"É audacioso assegurar que o Papa possa livrar
almas do purgatório. Se ele pode fazer isso, então ele é cruel em não livrá-las
todas.”
A Reforma Protestante
O estopim da Reforma Protestante
aconteceu em 1517, quando Martinho Lutero se deparou com o dominicano Tetzel
que vendia indulgências em Wittnberg. Em resposta, no dia 31 de outubro,
escreveu 95 teses que criticavam a Igreja Católica e Papa, fixando-os na porta
da Catedral de Wittenberg.
As 95 teses de Martin Lutero
O
fenômeno da Reforma Protestante, ocorrido
na Europa do século XVI, foi um dos mais importantes da chamada Idade Moderna.
Foi sob influência dessa reforma que nasceram alguns dos mais importantes
Estados Nacionais Modernos, como o holandês, o inglês e o americano
(estadunidense). Foi também essa reforma que desencadeou as Guerras Civis Religiosas dos séculos XVI e XVII, que dariam origem ao
movimento da Contrarreforma, à reunião do Concílio
de Trento e à criação da Companhia de Jesus, na Espanha. O fato é que toda a amplitude que o
movimento reformista alcançou começou com um ato de um monge agostiniano
alemão, no ano de 1517, na cidade de Wittenberg. Seu nome, Martinho Lutero.
O
ato de Martinho Lutero (1483-1546) consistiu em afixar 95 teses na
parede do Castelo de Wittenberg desafiando autoridades em teologia para
uma disputa escolástica, isto é, uma discussão típica das
universidades medievais na qual os debatedores argumentavam e
contra-argumentavam a respeito de um tema predefinido. Mas em que consistiam
essas 95 teses? O conteúdo dos argumentos das 95 teses luteranas
tinha como alvo o tema das indulgências (perdão concedido pela autoridade eclesial para
absolvição de pecados), praticadas de forma iníqua por parte do clero católico
da época, como pode ser observado a seguir no texto das teses 31 a 35:
31.
Tão raro como quem é penitente de verdade é quem adquire autenticamente as
indulgências, ou seja, é raríssimo.
32.
Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles que se
julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência.
33.
Deve-se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do papa
aquela inestimável dádiva de Deus através da qual a pessoa é reconciliada com
Ele.
34.
Pois aquelas graças das indulgências se referem somente às penas de satisfação
sacramental, determinadas por seres humanos.
35.
Os que ensinam que a contrição não é necessária para obter redenção ou
indulgência, estão pregando doutrinas incompatíveis com o cristão.
AS 95 TESES DE LUTERO
Lutero criticava aquilo que ele
encarava como uma espécie de “negociação da salvação” por meio das
indulgências. Por exemplo, algum nobre ofertava à Igreja uma determinada
quantia para reforma de determinada Catedral e, em troca, era recompensado com
uma carta de indulgências do Papa, que o absolvia dos pecados cometidos durante
determinado período. Os que se julgavam salvos ou remidos por uma carta de
indulgências, para Lutero, corriam o risco de estarem cometendo um pecado ainda
maior do que aqueles que estavam querendo ver absolvidos.
Mas
antes mesmo da publicação das 95 teses, concentradas no tema das indulgências,
Lutero havia escrito, em 1516, a obra “Comentários da Carta aos Romanos”, na
qual buscava discutir três pontos da doutrina católica: o conceito de pecado, a questão das boas obras e a questão do livre arbítrio. Como
pode ser visto em obras de historiadores como Christopher Dawson, em sua obra
“A Divisão da Cristandade”, o pecado, para Lutero, estava associado às paixões
que acometem o indivíduo. Para a doutrina católica, o pecado está na vontade,
isto é, no ato da escolha deliberada. Desse modo, não poderia haver, para
Lutero, uma completa abnegação, uma completa santificação. As penitências e
busca da santidade de nada adiantariam, já que o homem nasce e morre em estado
de pecado. Para Lutero, o homem só poderia ser realmente salvo por sua fé. Como
diz Dawson, “o máximo que o homem pode alcançar
[segundo Lutero] é a certeza de que isso não será computado contra ele – que o
sofrimento redentor de Cristo tudo abarca. Consequentemente, a justiça só é imputada:
eis o conceito luterano que se torna o centro da controvérsia.” [1]
Não
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A
controvérsia instala-se a partir do ponto acima porque, para o catolicismo, a
justificação não está associada apenas à fé, mas também continua por meio dos sacramentos, sobretudo
da eucaristia, e das boas obras, auxiliadas pela graça
santificante, que nos é dada com o batismo e confirmada na crisma.
Além disso, “Lutero diz que as boas obras não
tornam um homem bom, ou obras más tornam a pessoa má, mas que o homem bom faz
boas obras e o homem mau faz obras más.”[2] O problema é que, segundo a doutrina
católica, um homem não é inteiramente bom ou inteiramente mau, é ambas as coias
simultaneamente, e o exercício das boas obras pode transformar, por meio do
hábito, as características más desse homem em boas características.
Desde
a publicação de suas teses até o ano de 1521, Lutero enfrentou uma miríade de
disputas teológicas sobre o tema em questão, bem como sobre outros pontos
fundamentais da doutrina da Igreja, tornando, assim, ainda mais radicais as
suas críticas. Seus adversários eram doutores em teologia indicados pelo Papa Leão X (1475-1521).
Em todas as disputas, pelo menos metade das teses luteranas foi refutada. Mas o
problema maior não foi a discussão teológica que transcorria durante esse
período, mas, sim, o uso inadvertido que nobres alemães fizeram das teses
protestantes de Lutero.
A
Alemanha naquela época não era unificada, mas formada por uma série de pequenos
principados, que estavam sob o jugo do Sacro
Império Romano-Germânico. Alguns nobres
desses principados aproveitaram-se da celeuma provocada pelas teses de Lutero
para contestar as posses de terra da Igreja Católica e de outros nobres fiéis à
Igreja e expropriá-las. Esse uso político do pensamento luterano acabou por
gerar as primeiras guerras civis religiosas da Europa moderna.
NOTAS
[1] DAWSON, Christopher. A Divisão da Cristandade – Da Reforma Protestante à
Era do Iluminismo. É Realizações: São
Paulo, 2014. p. 114.
[2] Idem. p.
115.
A ação de Lutero rapidamente se
repercutiu pelos países da Europa e no ano seguinte, 1518,
ele foi acusado de heresia e chamado em Roma. O monge recusou a ordem papal e
manteve suas posições, que também expressavam a opinião de boa parte da
população.
Em 1520, Martinho Lutero recebeu uma
“Bula Papal”, que ordenava que se retratasse ou seria excomungado. Em
resposta, ele, juntamente com estudantes e professores da Universidade de
Wittenberg, queimaram a Bula em praça pública.
Luteranismo e Reforma Protestante
Ainda no ano de 1520, o líder
religioso redigiu três tratados que estabeleciam a base do luteranismo e o início da Reforma
Protestante:
• A Nobreza
Cristã da Nação Alemã
• Da Servidão
Babilônica da Igreja
• Da Liberdade
de um Cristão
Em 1521, em uma assembleia denominada
de "Dieta de Worms", Martinho foi considerado herege. Tais
acontecimento, obrigaram ele a exilar-se no Castelo de Wartburg, onde
permaneceu por um ano e fortaleceu seus ideais.
Além das 95 teses podemos destacar
outras obras de Matinho Lutero:
• Tradução da
Bíblia para o alemão;
• Von den
Juden und ihren Lügen (Sobre os judeus e suas mentiras);
• De servo
arbítrio (Da vontade cativa).
O protestantismo
Lutero teve apoio de Felipe
Melanchton, professor da Universidade de Wittenberg, para consolidação da sua
doutrina. Seu amigo, redigiu a “Confissão de Augsburgo”, em 1530, um documento
composto por 21 artigos que defendiam o protestantismo e indicavam 7 erros da Igreja.
Deste modo, a Reforma Protestante
teve como principal resultado a divisão da Igreja do Ocidente entre católicos
romanos e reformados ou protestantes (que originaram o protestantismo).
Os reformadores resumem suas crenças
básicas em cinco solas:
• Sola fide
(somente a fé)
• Sola
scriptura (somente a Escritura)
• Solus
Christus (somente Cristo)
• Sola gratia
(somente a graça)
• Soli Deo
gloria (glória somente a Deus)
Alcançado pelos ideais da Reforma Protestante, a França e a Holanda tiveram como principal
líder João Calvino, que formulou a “doutrina da predestinação”. Para ele, a
salvação não dependia dos fiéis, mas sim de Deus que escolhia as pessoas que
deveriam ser salvas.
A síntese das doutrinas luteranas e
calvinistas, com traços da liturgia católica, transformou a Inglaterra em uma
nação oficialmente protestante, nascendo assim a Igreja Anglicana.
John Knox, discípulo de Calvino,
introduziu o protestantismo na Escócia. As igrejas eram governadas por
religiosos eleitos pela comunidade, os chamados presbíteros, livres da tutela
do Estado. Os fiéis são nomeados de presbiterianos.
Contrarreforma
A Contrarreforma foi um movimento católico
que visava combater as propostas feitas pela Reforma Protestante, comandada por
Martinho Lutero. O movimento teve início após a realização do Concílio
de Trento, reunião convocada pelo Papa Paulo III para discutir formas de
opor às ideias de Lutero.
Concílio de Trento, encontro que originou a Contrarreforma para se opor a Reforma Protestante.
O encontro aconteceu na cidade de Trento, na Itália, entre os anos de 1545 e
1563, sendo o mais duradouro concílio ecumênico da história.
Do encontro saíram vários decretos, que visavam reafirmar a fé cristã e os
dogmas da igreja católica.
O Concílio de Trento foi dividido em três períodos: de 1545 a 1548, de 1551 a
1552 e de 1562 até 1563. O encontro e a Contrarreforma marcam, inclusive, o
começo de um dos movimentos artísticos mais famosos, o Barroco. O movimento teve grande participação
nos ideais de expansão dos dogmas da igreja.
https://www.youtube.com/watch?v=BMyPPbdvAOw
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