O EVANGELISMO UNIVERSITÁRIO

EVANGELISMO UNIVERSITÁRIO- O MUNDO ACADÊMICO!
                      DISCIPULAR, CONSOLIDAR, ENVIAR
“Indo fazei discípulos em meu nome” Mateus 28,19
O termo mais apropriado para evangelismo é este versículo que segundo o original do texto está no imperativo e direciona o homem a fazer discípulos que façam discípulos “ensinando-os a guardar todas as coisas”.


No ano de 1984 estando cursando o primeiro ano do segundo grau em uma escola evangélica observei que os alunos não estavam sendo condizentes com o que a escola ensinava ou exigia pelo respeito a instituição que representava. Um estado deplorável de alunos que se misturavam no horário de recreio ou vago na escola e desobedecendo as orientações de nossos diretores que eram rigorosos. Decidi mudar de escola por motivos diversos, dentre eles o financeiro pois esta era particular e queria então voltar a escola pública. Fui estudar na Escola Estadual Alberto Giovannini em nossa cidade e ao chegar lá resolvi conversar com nosso diretor, professor Francisco e ele me cedeu uma sala para realização de reuniões durante o recreio e horários vagos para ministração da palavra. Eu ainda leigo e praticamente recém convertido estava formando um grupo de estudos e orações mudando assim o quadro dos alunos que em horário de recreio se fazia de tudo no pátio sem ter condições de controle rigoroso da diretoria. Drogas, pornografia e até mesmo sexo eram as ações que se via pelo pátio da escola que por ser grande não havia possibilidade de um controle rigoroso. O campo escolar é um ambiente fértil pra tudo principalmente que é formado geralmente por jovens e adolescentes com várias formações familiares e grupais. Portanto precisamos levar aos nossos jovens estudantes a necessidade de divulgar o evangelho que transforma vidas e isto tem que ser feito em qualquer ambiente. Durante o período que lá estive estudando, sempre fizemos nosso trabalho de evangelização entre os colegas de escola e sempre tive grande conceito com a diretoria a ponto de ser várias vezes sugerido que não saísse da escola pois estava havendo uma eficiência em nosso trabalho na escola junto aos colegas. 
 A instituição escola é hoje quase uma unanimidade mundial na função formativa e informativa. Frequentá-la é requisito básico para se exercer a plena cidadania. Isso faz com que seja um dever do Estado e um direito do cidadão. O Ensino Superior tem a finalidade de formar, de modo sistemático e organizado os profissionais e os intelectuais de que os países necessitam, por meio das atividades de ensino pesquisa e extensão Evangelizar um estudante universitário é investir na conversão de uma pessoa que poderá produzir muitos frutos para Deus (Mt 13. 23). Será um político, um empresário bem sucedido, ou simplesmente uma pessoa talentosa, com aptidões especiais. Enquanto estudante, essa pessoa tem a tendência de estar mais receptiva ao Evangelho que depois de formada.

O Evangelismo Universitário é um grande desafio para a sociedade cristã contemporânea. O curso superior adquiriu e adquiri cada dia mais relevância e por que não dizer obrigatoriedade para a maioria das profissões, em função disto temos um aumento impressionante no números de cursos oferecidos, abrangendo uma variedade mais extensa de áreas, que deixaram de se restringir apenas a Administração, Direito, Engenharia, e Medicina, hoje em dia para cada área específica praticamente existe um curso superior. As faculdades particulares se tornaram um bom negócio e muito empresários tem investidos maciçamente para construções de grandes prédios, com modernos laboratórios, amplas bibliotecas, professores capacitados, com mensalidades que variam para cada tipo de gosto e bolso, tudo isso para conquistar o prestígio e o respeito de milhares de alunos que terminam o ensino médio. Alguns setores das universidades públicas também têm tido um relativo crescimento, principalmente as universidades ligadas aos estados.

Toda essa situação não pode ser vista pelos cristãos apenas como uma boa notícia ou um sinal que o Brasil está crescendo, mas sim com uma certa atenção tendo em vista que a maior preocupação do cristianismo é a alma do homem e não sua "cabeça", o que quero dizer com isso, é que a situação apesar de ser relativamente nova para nós brasileiros, existe um fato, todas essas universidades se constituem em uma comunidade, a "Comunidade Universitária", mas tem um detalhe que talvez você não tenha parado para pensar, é uma comunidade sem Deus - Deus não existe! - não há provas científicas de sua existência, Ele não é compreendido pela razão matemática, não é aceito pela psicologia, e é totalmente desfeito pelo evolucionismo, mas não estou falando de apenas alguns cientistas que vivem "quebrando a cabeça" para provar suas teorias, estou falando de milhares e milhares de jovens universitários que estão intimamente envolvidos com todos esses pensamentos ateus, e que são obrigados a fazer da ciência e do conhecimento seu único deus. A ciência é um deus impiedoso, não ama, não perdoa, não aceita o erro, é indiferente as carências espirituais de todo ser humano, não aceita o homem como ele é. Isso se constitue um peso para os jovens e as vezes esse peso se torna pesado demais e alguns não conseguem carregar e acabam dando fim a uma vida que praticamente nem começou a ser vivida ainda.

Não estou pregando contra a ciência, nem poderia estar, pois sou universitário e me empenho para adquirir maiores conhecimentos, mas sim sobre a ausência de Deus nas universidades, e isso não é culpa da ciência, por que a responsabilidade não é da ciência mas sim nossa enquanto cristãos (Mc 16:15), Deus nos incumbiu dessa tarefa, Ele nos mandou que pregássemos em todos os lugares e não somente no interior das quatros paredes das nossas igrejas. Se a situação chegou aonde está, é porque passamos muito tempo sem nos ater a isso, inconsciente de uma situação que está afastando em massa multidões de pessoas de Deus, e elas não tem como dizer não, não tem recursos para isso, por que o recurso para tal atitude (o Espírito Santo), temos guardado muito bem escondido para nós e não temos levado para eles.
Está na hora de todos nós Cristãos despertarmo-nos para essa realidade difícil, - trata-se de almas, prioridade máxima do Cristão - mas não impossível para Deus, quando estivermos juntos com esse desafio, tanto os que estão dentro da universidade quanto os que estão fora, vamos começar ver o Deus do impossível agindo de uma forma mais intensa dentro das universidades, salvando, restaurando, curando, edificando e abençoando de uma forma geral.

 

Embora o câmpus universitário ofereça uma excelente oportunidade para a evangelização, também pode ser desafiador ultrapassar o abismo entre a igreja local e o câmpus universitário. Igreja é composta pelos que são chamados para fora, chamados para pregar, para levar a frente tudo que tem visto e ouvido. Jesus pregava a uma grande multidão e se deparou com um cego de nascença. Ao curar o cego, ele saiu a propagar o que havia sido. Questionaram com ele alegando que Jesus era o falso profeta e ele então retrucou: “O que eu sei é que eu era cego e agora vejo”. Quando somos alcançados pela palavra e recebemos Jesus em nós, temos ardente em nós o desejo de propagar o evengelho como mostra que o Espirito Santo nos deu poder para testemunhar.
"Os campus universitários muitas vezes parecem “uma cidade dentro de uma cidade”. Eles têm sua própria cultura, seus próprios calendários, sua própria (e estreita) demografia. Enquanto muitas pessoas estão em casa escovando os dentes e se preparando para dormir, estudantes universitários podem estar pensando que esteja na hora de pedir uma pizza e começar a trabalhar em um artigo científico de dez páginas. Quando comecei o ministério no câmpus aos 22 anos, eu me parecia com os alunos do câmpus. Agora, aos 36 anos, eu chamo a atenção se estiver em um alojamento universitário. Por essa e tantas outras razões, há um abismo a transpor".(Mensagem extraida de outro autor)
Apesar disso, nós queremos que as igrejas sejam capazes de influenciar o câmpus e que o câmpus esteja presente na igreja local. Mas como?
A resposta breve é que as igrejas devem buscar uma dinâmica de ministério que estabeleça um ciclo entre câmpus e igreja. À medida que a igreja impacta o câmpus universitário, o câmpus é envolvido na vida da igreja local e, então, aquela igreja prepara aqueles estudantes para caminhar com Deus e labutar pelo evangelho de volta no câmpus. Isso pode ser demonstrado no seguinte diagrama:
Partindo do princípio do termo “eklesia” que denomina a igreja, os chamados para fora, o primeiro passo decisivo ocorre da igreja para o câmpus. É preciso enviar obreiros ao câmpus para que preguem o evangelho. No mínimo, isso significa preparar estudantes universitários que sejam membros de sua igreja. Isso também pode incluir usar a equipe pastoral (pastores universitários, estagiários remunerados etc.), líderes leigos ou um ministério para eclesiástico fiel (mas nunca em lugar da preparação dos estudantes da igreja). O objetivo é alcançar o câmpus com o evangelho por meio do envio de obreiros para um ministério focado nele. Em vez de simplesmente tentar atrair estudantes universitários com uma programação dentro da igreja, as igrejas devem focar em alcançar os câmpus por meio do envio de obreiros ao câmpus. É preciso portanto que nossos jovens e adolescentes universitários estejam focados no propósito de serem discípulos discipuladores para serem instrumentos de Deus no campus e levarem  a mensagem de salvação aos colegas de escola. Podemos afirmar que o melhor método de evangelismo universitário é utilizar os próprios alunos pois terão  a facilidade de acesso em todo o tempo e podendo falar a mesma língua entendendo as necessidades e dificuldades de seus colegas de estudo. O tempo para este trabalho também estará praticamente irrestrito pois eles sabem a hora melhor para agir aproveitando melhor o tempo e respeitando o espaço de cada colega. O tempo vago, a hora do laser, e o espaço entre as aulas sempre serão assim uma oportunidade de transmitir a palavra.
Evangelizar deve sempre ser acompanhado de discipular, educar, consolidar  seu discípulo para que este seja mais um discipulador.
O segundo passo é integrar tudo o que acontece no câmpus à igreja local. À medida que as igrejas propagam o evangelho e os estudantes se voltam para Cristo, eles devem então ser envolvidos naquela igreja local, onde serão ensinados sobre a importância do batismo, da membresia da igreja e da comunhão. Eles devem ser discipulados como membros da igreja local.
Depois, então, o ciclo se repete: à medida em que os alunos estão conectados à vida da igreja, eles são preparados para voltar ao câmpus para servir e causar impacto. Todo o ministério que é realizado fora é, então, trazido de volta à igreja local.
Os ministérios universitários têm dificuldade em desenvolver uma dinâmica de ciclo entre a igreja e o câmpus. Os dois se separam e o ministério universitário passa a funcionar como uma subcultura isolada. Não podemos deixar que o que pregamos fique apenas na teoria e na concepção de cada um, mas temos a missão de mostrar o objetivo real do evangelismo que é fazer discípulos que façam discípulos.
Com muita frequência, ministérios universitários teologicamente confiáveis sejam eles para eclesiásticos, denominacionais ou mesmo mantidos por igrejas propagam o evangelho e fazem coisas boas, mas não estão integrados à vida da igreja local. Eles têm um ministério frutífero no câmpus, uma diversidade de pequenos grupos e oportunidades de treinamento, mas os próprios estudantes não se conectam de uma forma significativa às igrejas locais. Talvez eles não estejam envolvidos na igreja de modo nenhum igreja; talvez estejam sempre mudando de igreja, ou talvez apenas considerem a igreja um lugar para ir aos domingos de manhã. Qualquer convertido deve estar sempre focado no agrupamento, na “comunhão dos santos” e para isto temos que nos manter na comunidade (igreja). Levar os discípulos a entender que o nosso local de encontros é por assim dizer a nossa casa e portanto formamos uma família que dignifica o nome de Deus e que se reúne com proposito de engrandecer o Seu nome e estreitar nosso relacionamento interpessoal e não ficarmos apenas no campus ou na teoria da comunhão. A congregação deve ser o melhor ponto de encontro desta nova família que torna se assim a família de Deus.
Estes tipos de ministérios no câmpus acabam estabelecendo uma dinâmica que opera isolada da igreja. Eles têm boas intenções, mas deixam de lado um aspecto crucial de seguir a Jesus: viver dentro da estrutura e da responsabilidade da igreja local e de seus líderes. Eles fazem coisas boas, mas não estão preparando aqueles estudantes para uma vida inteira de seguir a Jesus. Em vez de associarem-se às igrejas locais, esse ministérios terminam como substitutos acidentais da igreja local na vida dos estudantes cristãos.
O outro lado da moeda é que há igrejas que têm estudantes frequentando, talvez até como membros. Esses estudantes podem participar em atividades ministeriais e programas da igreja. O problema é que eles não estão de fato integrados ao câmpus; eles não estão buscando focar o ministério ali.

Para esclarecer, eu não acredito que todos os universitários tenham o mesmo desempenho de um ministério pessoal ao câmpus, contudo, se a maioria dos estudantes universitários de sua igreja não busca um ministério pessoal no câmpus, eu penso que tanto eles quanto vocês estão perdendo uma excelente oportunidade. Os estudantes universitários que são membros de sua igreja estão na melhor posição para propagar o evangelho no câmpus. Esse tipo de ministério pode fazer um bom trabalho ao envolver os estudantes do câmpus na vida da igreja local, mas erra o alvo à medida que não procura discipulá-los ou equipá-los para, intencionalmente, impactarem o seu câmpus. A responsabilidade da igreja neste caso seria a de preparar sempre a igreja para a propagação do evangelho em todas as áreas da vida preparando os membros para que sejam ministradores e pratiquem o que aprenderam e isto passa por um discipulado dinâmico que faça novos líderes que façam novos discípulos. Algumas igrejas tem esquecido dos cultos de doutrina e abandonado a escola dominical e isto tem levado o nosso povo a não buscar o conhecimento da palavra. Despertemos para o fato que é urgente utilizar os cultos doutrinários da igreja para preparar novos pregadores do evangelho com eficiencia e pleno conhecimento da palavra. 

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