NO MUNDO TEREIS AFLIÇÕES!!

Convém que por muitas tribulações alcancemos o Reino

Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus.At14;22
Nestes últimos dias tenho tido a experiência pessoal de passar por lutas e provações. Sei que isto não ocorre unicamente comigo, mas, sim, com toda a igreja. Sei que a vida cristã é de lutas e tribulações, o próprio Senhor Jesus Cristo já nos advertira disto em Jo 16.33: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”. E muitas vezes, diante dos muitos sofrimentos e lutas, só nos resta nos agarrarmos firmemente às promessas do Senhor. A esta espera ou esperança o autor ao Hebreus chama de âncora da alma, o local seguro onde podemos dar descanso a nossa alma sofrida, Heb 6.17-20. Esta é uma palavra com intuito de consolar estas pessoas, que como eu, sofrem e esperam na promessa do Senhor. Não me coloco como modelo perfeito do que aqui vai ser dito, mas como alguém que espera ser como o Mestre. São estas as palavras que o Senhor me tem dado como consolo, são nestas palavras que tenho jogado a minha âncora.
Hebreus 10.35-39
Ao lermos o v. 35 vemos a maneira de alcançarmos as promessas do Pai: “não abrindo mão da nossa confiança”. Confiança vem de uma expressão latina que significa simplesmente “com fé”. No original grego a idéia é de “assumir um comportamento corajoso”. Confiança, então, é andar por fé, tomar atitudes que demonstrem fé. Quem tem fé, demonstra com atitudes e não apenas com palavras. Tiago já nos diz isto, que a fé sem obras é morta, Tg 2.14-26. Para melhor compreensão sugiro que utilizemos a palavra fé em Heb 10.35. Então o texto diria: “não abra mão da vossa fé”. Numa leitura rápida somos induzidos a achar que o primeiro passo para alcançarmos as promessas e recompensas de Deus é mantermos a fé e que o passo final seria alcançarmos a nossa recompensa, a nossa promessa. Pois o texto diz que após a nossa fé (confiança) vem a recompensa. Mas ao lermos o v. 36 recebemos uma nova luz (revelação): é necessário perseverar e estar fazendo a vontade de Deus, para depois receber (alcançar) a recompensa, então a ordem correta seria:
Fé (confiança)
Perseverar
Receber a recompensa – alcançar a promessa
Simplificando:
Fé – não abrir mão da fé, como?
Perseverando. Mas perseverando como? De qualquer jeito? De que jeito?
Fazendo a vontade de Deus. Até quando?
Até que alcancemos a promessa!

Perseverança – O GRANDE SEGREDO

O grande segredo não é só ter fé, é o manter-se crendo perseverantemente. A palavra perseverar (hupomone)  significa paciência, fortaleza, firmeza. Não é negativa, é positiva, nos leva a suportar as dores e ao mesmo tempo assumirmos as nossas responsabilidades. E a nossa responsabilidade é continuarmos a fazer a vontade de Deus. Não é esperar amarguradamente no sofá ou na cama como se não tivesse o que fazer, é esperar enquanto continua a fazer aquilo pelo que foi chamado por Deus. Esta é também a idéia de confiança: assumir um comportamento corajoso, andar e viver por fé!
Quando passamos por lutas e tribulações, sentimos como se o céu fosse de bronze e estivesse fechado sobre e para nós. É quando começamos a questionar se a verdade que recebemos é realmente “verdade”. É quando a esposa ou marido começa a questionar se o casamento é realmente indissolúvel, um compromisso só quebrável com a morte. É nas lutas que começamos a questionar o evangelho do Reino, ficamos a afirmar que ele é muito duro. É o jovem que diz que está muito difícil seguir Jesus e que no mundo pelo menos há alguma “alegria”. Já percebeu que quando se está tudo bem nada disso é questionado?
Quando em tribulação, ficamos cheios de melindres e fricotes do tipo “não me toque”, então toda palavra que recebemos parece ser dura, ficamos a dizer “ninguém me compreende, ninguém me dá palavra de consolo, é só repreensão”, ficamos magoados com tudo e todos facilmente. Para estes o Senhor dá uma palavra de ânimo em Heb 12.5-6:
Vocês se esqueceram da palavra de ânimo que ele lhes dirige como a filhos: “Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão, 6 pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho.
Quando em tribulação começamos a questionar se deveríamos procurar um lugar onde o seguir Jesus fosse mais leve. É nas lutas que infelizmente começamos a achar que o ir aos encontros é um peso e que a palavra é sempre a mesma, nada muda. Mas somos orientados pelo Senhor a perseverar em congregar, em nos reunir com os nossos irmãos, Heb 10.23-25.
Quando passamos por lutas e tribulações vem o diabo e nos diz que devemos relaxar, que estamos correndo demais e que isto não está adiantando de nada, que ninguém mais está correndo tanto quanto a gente. Ouvimos até: Pra que correr tanto se você não vai ganhar nada com isto? Veja como está a sua vida: é só luta, tristeza, tribulação. Mas não devemos dar crédito a voz do inimigo, 1Cor 15.58. Devemos nos lembrar do que está escrito na palavra sobre perseverar: Lc 21.19, Heb 6.11-12, Fil 1.27-29.
Temos que trazer à memória o que nos pode dar esperança. Temos um sumo-sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, inclusive das fraquezas da nossa alma, pois Ele mesmo conhece a nossa natureza (corpo, alma e espírito), pois Ele foi feito da mesma natureza que nós (embora sem pecado), sabe de nossas fraquezas e como é a nossa alma, que pode alternar rapidamente de lugares tão distantes quanto é a euforia (alegria extrema) e a depressão (tristeza profunda). Heb 4.14-16.
Há uma frase que diz: “bom no bom, todo mundo é bom, quero ver é ser bom no ruim”. Somos chamados para isto: ser bom quando tudo parece “ruim”! Para cumprirmos o Propósito Eterno de Deus mesmo quando a nossa vontade é desistir de tudo, Pv 24.10. Nunca vi lágrimas tão quentes quanto às lágrimas que derramamos quando estamos em angústia. É aquele choro que ninguém às vezes vê ou sabe, um choro de uma angústia tão grande que se recusa ser consolada, mas toda lágrima naquele dia receberá o seu devido consolo, uma a uma, Ap 21.3-4.
Mas Deus fez um investimento muito alto em nós, Ele deu o seu Filho. Este investimento não foi para que fôssemos ricos, prósperos ou bem-sucedidos, mas sim para que cumpríssemos o seu propósito: pertencermos a sua única família e sermos um dos seus filhos assemelhados a Jesus. Nos padrões humanos ninguém diria que João Batista foi bem-sucedido, afinal ele foi decapitado, mas o padrão de Deus diz: dos nascidos de mulher ninguém foi superior a João Batista, Mt 11.11.

Em breve a promessa se cumprirá

Continuando o texto de Hebreus 10, no v.37 lemos a seguinte promessa: “pois em breve, muito em breve Aquele que vem virá e não demorará”. Há promessa ou profecia maior para a igreja do que a vinda de Cristo? E acerca desta promessa diz o texto que ela é “breve, muito breve”. Se esta promessa é breve e já leva cerca de 2000 anos imagine as demais promessas do Senhor e quando elas se cumprirão em nossas vidas? Elas serão cumpridas muito mais rapidamente, serão todas elas ainda mais breves do que a promessa da vinda do Senhor.
Ao pensar nisto eu me lembro de Abraão que perseverou em crer em Deus e alcançou o cumprimento da sua promessa 25 anos depois (Gen 12.1-4 e 21.1-5). Será que eu estou disposto a esperar apenas 25 anos para o cumprimento da promessa do Senhor em minha vida. E não é só esperar, é perseverar. Perseverar é esperar enquanto se continua a fazer a vontade do Senhor. Quem persevera não está parado, está andando! Devemos ter o tipo de fé que Abraão teve, ele creu quando era impossível que Sara pudesse dar a luz, assim devemos crer na nossa salvação e na volta de Jesus. Assim devemos crer nas promessas que temos recebido do Senhor, Rm 4.16-21.
Lembro-me quando adolescente ao freqüentar uma reunião da igreja que participava na época, lá presenciei um testemunho belíssimo que uma irmã que havia recebido uma promessa do Senhor, e ao clamar ao Senhor por alívio e cumprimento de sua promessa ela ouviu quando o Senhor a consolou dizendo que no relógio dEle ainda restavam dois minutos para que a promessa se cumprisse. Ela nos disse que esperou 14 anos e o Senhor foi fiel e cumpriu o que havia lhe dito. Será que estou disposto a perseverar até o cumprimento da promessa do Senhor?
Sl 40.1-4; Tg 1.2-4, 12; 5.7-11 e Cl 1.10-11.

Não somos dos que desistem

Os versículos finais de Heb 10 fala acerca da nossa natureza, da matéria do que o discípulo é feito: Fé. Por causa disto nós não nos deixaremos abater por nada:
38 Mas o meu justo viverá (andará) pela fé. E, se retroceder, não me agradarei dele. 39 Nós, porém, não somos dos que retrocedem e são destruídos, mas dos que crêem e são salvos.
Rm 8.18-31 – foi um texto que me trouxe muito consolo estes dias, pois é um texto que fala exatamente disto: de consolo no sofrimento. Este texto é mais conhecido por nós como o capítulo que fada do Propósito Eterno (v.28-29), mas a intenção principal de Paulo neste texto não era falar do propósito e sim consolar aos irmãos:
“ 18 Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada. (…) 23 E não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo. 24 Pois nessa esperança fomos salvos. Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está vendo? 25 Mas se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo pacientemente. 26 Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza (falta de fé, desânimo, tristezas, angústias, etc) , pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis (como o Pai poderia não atender a oração do Espírito? Como o Pai poderia ser insensível ao gemer do Espírito?). 27 E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus. 28 Sabemos que Deus age em todas as coisas (nas lutas, fraquezas, desânimo, falta de fé e nas alegrias também, mesmo quando a nossa esperança se frustra) para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito. (…) 31 Que diremos, pois, diante dessas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? 32 Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graçatodas as coisas? 33 Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. 34 Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós (será que o nosso Pai é tão ruim assim que não atenderá a oração do Espírito e a do Filho? Será que Ele vai ignorar as marcas dos pregos nas mãos e pés e o furo de lança em Jesus. Será que quando clamamos ao Pai em meio a dor, lutas, fraquezas, falta de fé e até desânimo, Ele vai deixar de ouvir os gemidos do Espírito por nós? E quando o Filho disser: meu Pai, veja os furos em minhas mãos e pés, a marca que tenho do meu lado, foi também por este pequenino. Será que o Pai deixará de ouvir a esta oração?). 35 Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? 36 Como está escrito: “Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro”. 37 Mas, em todas estas coisas (nas lutas, fraquezas, desânimo, falta de fé e nas alegrias também)  somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. 38 Pois estou convencido (será que eu estou convencido disto também? Será que tenho dúvidas do coração bom que tem o Pai?) de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, 39 nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PI-HAIROTE UM BECO SEM SAÍDA!

A PORTA DO CÁRCERE

PORQUE A MULHER DE LÓ VIROU ESTÁTUA DE SAL?