A ECONOMIA AÇUCAREIRA
ECONOMIA AÇUCAREIRA
A história da cana de açúcar confunde se com a do
próprio Brasil. Fundamental para a
colonização de nosso território pelos portugueses que já praticavam o
comércio do açúcar em larga escala e ainda hoje desempenham um papel importante
na nossa economia.
O açúcar se tornou um dos principais produtos de
exportação no Brasil colonial pois a produção açucareira se organizou em redes
comerciais que abrangia América, Europa e África, deixando até os dias atuais
marcas indeléveis na cultura e na sociedade brasileira.
Porém devemos destacar que o início da plantação
de açúcar no Brasil, então colônia dos portugueses, foi de certa forma terrível pois tratava se de
escravização e o trabalho forçado de indígenas e escravos trazidos da África e
serviam apenas como objeto para a mão de obra em todo o processo desde a
plantação e cultivo do produto, até a
sua embarcação para o comércio exterior.
A colonização do
Brasil contou com três grandes ciclos econômicos, o do pau-brasil, o do açúcar e o do
ouro. A mão de obra majoritária foi a dos escravizados
indígenas e africanos, sendo que os primeiros eram obtidos por bandeirantes e
os segundos eram trazidos pelo tráfico negreiro.
Os ciclos
econômicos do Brasil estiveram, majoritariamente, localizados nos estados mais
litorâneos do país. Essa configuração está associada à não homogeneidade na
povoação do território nacional, às grandes diferenças climáticas existentes no
país e à disponibilidade dos recursos com valor comercial. Soma se a isso o
principal meio de transporte usado que eram as vias marítimas. Portanto o
primeiro meio de transporte sendo por vias marítimas, fazia assim o caminho
através das regiões litorâneas do Brasil colônia.
Vamos falar então do ciclo da indústria
açucareira.
O Ciclo
da Cana-de-Açúcar se iniciou no Brasil Colonial, na época
em que foram criadas as Capitanias Hereditárias. O Ciclo da Cana-de-Açúcar foi
o segundo ciclo econômico de grande importância para o Brasil. O açúcar foi a
primeira grande riqueza agrícola do Brasil. Foi o cultivo da cana-de-açúcar que
estimulou o povoamento da colônia.
A colonização do Brasil foi economicamente baseada no cultivo da
cana-de-açúcar. O açúcar, originário da Ásia, foi trazido para a Europa pelos
árabes e pelos participantes das Cruzadas. Durante a Idade Média, o açúcar era
considerado um bem de luxo e seu preço era, consequentemente, bastante alto.
Em razão de suas grandes navegações, Portugal povoou algumas
ilhas do Atlântico e iniciou, nas ilhas de Madeira, Açores e Cabo Verde, a
cultura da cana-de-açúcar. Portugal tinha o objetivo de comercializar a cana em
grande escala. Já no século XV, a produção de açúcar no arquipélago da Madeira
tornara-se bastante lucrativa para Portugal e para seus sócios - os
comerciantes e banqueiros de Flandres. Na década
de 1520, Portugal estava enfrentando grave crise econômica pois os lucros com
especiarias negociadas com o Oriente estava reduzindo. Como nas terras ocupadas
pelos portugueses na América do Sul não encontraram o ouro em quantidade
suficiente, eles precisaram buscar uma solução para proteger as terras da
colônia “Terra de Santa Cruz” e iniciar uma exploração pelo interior da colônia
procurando produto que gerasse lucro mais alto e rápido. Portugal já plantava a
cana de açúcar na ilha dos Açores, Ilha da Madeira e em Cabo Verde na África.
No Brasil começaram a cultivar em São Vicente, uma das capitanias , mas foi nas
capitanias de Pernambuco e da Bahia que se desenvolveram mais depressa devido ao clima mais quente e úmido,
semelhante ao clima de origem da cana de açúcar.
A experiência nessas ilhas levou os portugueses a tomar a
decisão de criar uma lavoura canavieira no Brasil. Existiam, porém, outras e
mais importantes razões para os portugueses fazerem do açúcar o ponto-chave de
sua colonização do Brasil. Uma dessas razões era o clima quente e úmido e o
solo de massapé do litoral nordestino que era ideal para o plantio da
cana-de-açúcar. Outra razão era que os portugueses estavam interessados apenas
em cultivar um produto que fosse bastante consumido na Europa. O açúcar estava
em grande demanda na Europa. Isso foi o fator decisivo que levou os portugueses
a implantarem a cultura de cana-de-açúcar no Brasil.
A colonização do Brasil, em seus momentos iniciais, consistiu
basicamente, na montagem de um sistema produtor de açúcar. Os portugueses,
nessa época, já eram os maiores produtores mundiais dessa apreciada especiaria.
Assim, aproveitando sua experiência açucareira nas ilhas atlânticas, Portugal
implantou em nosso país uma solução semelhante, o que, além de propiciar a
solução de inúmeros problemas técnicos relacionados com a produção de açúcar,
fomentou o desenvolvimento em Portugal de uma indústria de equipamentos para os
engenhos.
Esta planta é originária da África. Sua
exploração passou a ser feita pelos
portugueses após sua colonização na região. Foi trazida
para o Brasil
no século XVI,
devido ao clima
semelhante para a sua plantação, e acabou dando
certo no território brasileiro, principalmente no Nordeste, onde
havia diversas plantações do produto.
A extração do açúcar era feita
utilizando-se um sistema
chamado plantation. Nele o território quase todo era coberto com
um único tipo
de plantação (monocultura), a mão-de-obra era escravizada e o
açúcar era todo vendido para o exterior, no caso para Portugal devido
ao pacto colonial. Esse modelo
foi utilizado também
nos Estados Unidos,
porém, nas plantações de algodão.
A mão-de-obra escravizada era trazida da África e esse comércio também se tornou
lucrativo, pois os portugueses iam até o continente africano
levando cachaça e fumo para
trocar por pessoas
escravizadas. Aqui no Brasil, essas
pessoas eram vendidas
a altos preços,
gerando um lucro
enorme para os comerciantes.
O açúcar era
produzido em fazendas chamadas de engenho, que
possuíam um grande
espaço para a plantação, além da moenda
onde a cana era triturada, retirada a garapa
e transformada em açúcar através do cozimento. Após esse processo, o açúcar era colocado em sinos de madeira ou de barro,
onde ficava por alguns
dias. Esse processo
deixava o açúcar mais branco
na parte de cima, aumentando assim o seu valor.
A região que
mais produzia açúcar
era a região Nordeste, pois
o clima era
favorável e a concentração de mão-de-obra escravizada também
facilitava a sua produção. Essa situação permaneceu até a expulsão dos holandeses de
Pernambuco em 1640,
pois eles migraram para as Antilhas, na América Central, e lá passaram a produzir açúcar
de melhor qualidade, levando a uma
crise na produção da América Portuguesa.
A partir desse
momento a economia passou por muitos
problemas econômicos até a
descoberta do ouro
em Minas Gerais,
quando se iniciou
um novo ciclo econômico.
Contudo, a maior vantagem do empreendimento açucareiro português
ocorreu no campo comercial. Numa primeira fase, o açúcar lusitano entrou nos
tradicionais canais de troca, controlados pelos mercadores das cidades
italianas. Nas últimas décadas do século XV, porém, o produto sofreu uma
sensível baixa de preço, indicando que as redes comerciais dominadas pela
burguesia da orla mediterrânea não se ampliaram na medida requerida pela
expansão da produção açucareira. Por outro lado, houve também nesse período uma
crise de superprodução, pois dentro dos estreitos limites mercantis
estabelecidos pelos negociantes da Península Itálica, o açúcar não podia ser
absorvido senão em escala relativamente limitada.
Mas, sem dúvida, a principal consequência da entrada da produção
portuguesa no mercado foi a ruptura do monopólio de acesso às fontes de
produção, mantido até então pelos venezianos. Assim, desde cedo, o açúcar
lusitano passou também a ser encaminhado para Flandres, e, em 1496, quando a
coroa portuguesa, em função da baixa do preço, decidiu restringir a produção,
quase metade desta já era enviada para os portos flamengos.
Não podemos deixar de falar que a indústria
açucareira ainda hoje continua com sistema de trabalho muito parecido com o
tempo do Brasil colônia pois os trabalhadores da indústria canavieira ainda são
explorados em trabalho análogo a escravidão trabalhando por até 27 horas
seguidas , em condições precárias de segurança e com salário espúrio, não
condizente com o trabalho desenvolvido.
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