CRÔNICA DO EDITOR CHEFE DO JVA HOMENAGEM AO RODRIGO NETO
Para os netos dos netos de Rodrigo
(*) por LUIZ CARLOS KADYLL, editor-chefe do jornal Vale do Aço
Nosso dom mais precioso, a vida sempre teve pouco valor para o homem, embora Deus não o tenha criado para morrer. Se fomos, de fato, feitos à imagem e semelhança de Deus, sendo Ele eterno, é o que desde a fundação do mundo projetou para nós. Lá no inicinho de tudo, no Jardim do Éden, Deus colocou diante do primeiro casal a Árvore da Vida (que segundo o Apocalipse "produz frutos para a eternidade"). E nenhum dos dois, absolutamente, estava proibido de se alimentar dela. A única privação do homem e da mulher dizia respeito à Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.
Deus dá ao ser humano domínio sobre todas as coisas, a prerrogativa de nominar cada uma delas segundo a sua própria criatividade. Apenas, adverte: "Desta árvore, não coma". E diz a razão: "Porque você morre". Obviamente que Deus jamais teve prazer na morte de quem quer que seja. Muito pelo contrário. Sua mínima restrição ao Ser criado, no ambiente paradisíaco que lhe deu a possuir, é fácil de ser entendida: "Olha, homem, Eu sou o criador de tudo. Quanto a você, é criatura. A criatura não é toda-poderosa pelo simples fato de que, se assim fosse, seria Deus, e não há outro além de mim. Você pode, sim, todas as coisas, mas Naquele que lhe fortalece".
Na minha modesta visão, mais do que entender quem é Deus, a maior dificuldade do homem é compreender quem de fato ele é, enxergar-se sem distorções diante do espelho. Quando a serpente descrita no Gênesis disse ao ser humano que ele só estava impedido de experimentar do fruto porque, comendo-o, poderia se tornar como Deus, faltou-lhe, como ainda hoje falta, melhor autoavaliação. Em todas as eras, o homem sempre quis usurpar de Deus o seu poder exclusivo de dar e tirar a vida, sem reconhecer o devido valor da dádiva recebida.
Parece tolice, pura estupidez, mas antes de escolher matar, o homem escolheu morrer. E isto, evidentemente, também no sentido espiritual. Caim ainda não havia cometido o primeiro homicídio contra o próprio irmão, e o ser humano já havia abdicado da Árvore da Vida, ao crer na mensagem satânica de que não morreria comendo do fruto da Árvore do Bem e do Mal.
Diante da desobediência inaceitável do homem - a despeito da imensa fortuna em posses que lhe havia sido outorgada gratuitamente -, Deus decide então privá-lo também da Árvore da Vida, decretando sua transitoriedade.De eterno o homem desclassificou-se, por livre e espontânea vontade, para o limite de algumas centenas de anos sobre a face da terra, como se isso já fosse bastante para satisfazê-lo. Insistentemente prevaricador, atraiu para si uma pena mais dura e, pós-dilúvio, teve sua idade máxima reduzida ainda mais, para algo em torno de 120 anos.
Pelo que se depreende da violência e devassidão dos dias atuais, o homem ainda tem achado muito poder respirar por mais que um centenário das entranhas dessa carcaça perecível que, afinal, passou a ter tempo de validade. Mais do que nunca, as pessoas se julgam livres e senhoras de si, confundem liberdade com libertinagem, arrotam pelos quatro cantos que têm direito de fazer de suas vidas o que bem entendem, investem-se de uma autoridade que não têm. "Não devo nada a ninguém, ninguém tem nada com isso, quem sabe de mim sou eu", é o que mais se ouve - e isto fica ainda mais cômodo e conveniente na covardia do anonimato assegurado por capacetes que deveriam proteger a vida, ao invés de ceifá-la.
Nesse individualismo que se conflita catastroficamente, dia após dia, com o sentimento de coletividade indispensável à sobrevivência e convivência mais digna da espécie, os homens vão se matando e matando os outros, sem pudor algum. Nas casas, nos trabalhos, nas redes virtuais, nas escolas, nas ruas, em qualquer lugar.
Em 37 anos de profissão, mais de dois terços de minha vida dedicados à imprensa, tenho visto que muitos inocentes se vão cedo demais, despachados pela perversidade de calhordas de toda espécie que, desgraçadamente, prolongam seus dias até a velhice, como para nos afrontar com seu pseudo poder terreno. Mas não tenho dúvidas: o legado de Rodrigo Neto servirá de herança honrada aos netos de seus netos, enquanto outros não levarão seus nomes além de suas lápides ou os enterrarão consigo nas profundezas do inferno.
A tragédia da vida real, estou certo, não é a paraplegia, a tetraplegia ou tampouco a morte prematura, mas uma vida longa e saudável que não glorifica o nome de Deus.
Nosso dom mais precioso, a vida sempre teve pouco valor para o homem, embora Deus não o tenha criado para morrer. Se fomos, de fato, feitos à imagem e semelhança de Deus, sendo Ele eterno, é o que desde a fundação do mundo projetou para nós. Lá no inicinho de tudo, no Jardim do Éden, Deus colocou diante do primeiro casal a Árvore da Vida (que segundo o Apocalipse "produz frutos para a eternidade"). E nenhum dos dois, absolutamente, estava proibido de se alimentar dela. A única privação do homem e da mulher dizia respeito à Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.
Deus dá ao ser humano domínio sobre todas as coisas, a prerrogativa de nominar cada uma delas segundo a sua própria criatividade. Apenas, adverte: "Desta árvore, não coma". E diz a razão: "Porque você morre". Obviamente que Deus jamais teve prazer na morte de quem quer que seja. Muito pelo contrário. Sua mínima restrição ao Ser criado, no ambiente paradisíaco que lhe deu a possuir, é fácil de ser entendida: "Olha, homem, Eu sou o criador de tudo. Quanto a você, é criatura. A criatura não é toda-poderosa pelo simples fato de que, se assim fosse, seria Deus, e não há outro além de mim. Você pode, sim, todas as coisas, mas Naquele que lhe fortalece".
Na minha modesta visão, mais do que entender quem é Deus, a maior dificuldade do homem é compreender quem de fato ele é, enxergar-se sem distorções diante do espelho. Quando a serpente descrita no Gênesis disse ao ser humano que ele só estava impedido de experimentar do fruto porque, comendo-o, poderia se tornar como Deus, faltou-lhe, como ainda hoje falta, melhor autoavaliação. Em todas as eras, o homem sempre quis usurpar de Deus o seu poder exclusivo de dar e tirar a vida, sem reconhecer o devido valor da dádiva recebida.
Parece tolice, pura estupidez, mas antes de escolher matar, o homem escolheu morrer. E isto, evidentemente, também no sentido espiritual. Caim ainda não havia cometido o primeiro homicídio contra o próprio irmão, e o ser humano já havia abdicado da Árvore da Vida, ao crer na mensagem satânica de que não morreria comendo do fruto da Árvore do Bem e do Mal.
Diante da desobediência inaceitável do homem - a despeito da imensa fortuna em posses que lhe havia sido outorgada gratuitamente -, Deus decide então privá-lo também da Árvore da Vida, decretando sua transitoriedade.De eterno o homem desclassificou-se, por livre e espontânea vontade, para o limite de algumas centenas de anos sobre a face da terra, como se isso já fosse bastante para satisfazê-lo. Insistentemente prevaricador, atraiu para si uma pena mais dura e, pós-dilúvio, teve sua idade máxima reduzida ainda mais, para algo em torno de 120 anos.
Pelo que se depreende da violência e devassidão dos dias atuais, o homem ainda tem achado muito poder respirar por mais que um centenário das entranhas dessa carcaça perecível que, afinal, passou a ter tempo de validade. Mais do que nunca, as pessoas se julgam livres e senhoras de si, confundem liberdade com libertinagem, arrotam pelos quatro cantos que têm direito de fazer de suas vidas o que bem entendem, investem-se de uma autoridade que não têm. "Não devo nada a ninguém, ninguém tem nada com isso, quem sabe de mim sou eu", é o que mais se ouve - e isto fica ainda mais cômodo e conveniente na covardia do anonimato assegurado por capacetes que deveriam proteger a vida, ao invés de ceifá-la.
Nesse individualismo que se conflita catastroficamente, dia após dia, com o sentimento de coletividade indispensável à sobrevivência e convivência mais digna da espécie, os homens vão se matando e matando os outros, sem pudor algum. Nas casas, nos trabalhos, nas redes virtuais, nas escolas, nas ruas, em qualquer lugar.
Em 37 anos de profissão, mais de dois terços de minha vida dedicados à imprensa, tenho visto que muitos inocentes se vão cedo demais, despachados pela perversidade de calhordas de toda espécie que, desgraçadamente, prolongam seus dias até a velhice, como para nos afrontar com seu pseudo poder terreno. Mas não tenho dúvidas: o legado de Rodrigo Neto servirá de herança honrada aos netos de seus netos, enquanto outros não levarão seus nomes além de suas lápides ou os enterrarão consigo nas profundezas do inferno.
A tragédia da vida real, estou certo, não é a paraplegia, a tetraplegia ou tampouco a morte prematura, mas uma vida longa e saudável que não glorifica o nome de Deus.
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