ESCREVE ONDE SE LEIA O QUE PASSA CORRENDO: " JUSTO VIVERÁ PELA FÉ!
A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
HABACUQUE 2;4
O MEU JUSTO VIVERÁ PELA FÉ..
1-JUSTIFICAÇÃO. Torna você justo, inculpável,inocentado
2-SANTIFICAÇÃO.... torna você santo,purificado,transformado é
semelhança de Deus que havia se perdido pelo pecado
3-SALVAÇÃO... torna você resgatado,dívida quitada, selado
para a eternidade
Habacuque sofreria muito se vivesse nos nossos dias. Suas súplicas a
Deus por Justiça frente ao viver impiedoso do seu próprio povo deve nos fazer
orar como ele orou, pedindo que Deus aja mesmo contra o seu povo, para que este
possa acordar da letargia e fraqueza moral com que vive.
Por mais surpreendente que tenha sido, a resposta de Deus ao profeta
dizendo que mandaria um povo ímpio para escarnecer do seu próprio povo parece
também ter cumprimento nos nossos dias. Somos, como ‘evangélicos’ motivo de piadas
e chacotas por causa dos falsos crentes e líderes que embaralham a mente do
mundo e envergonham o evangelho.
Mas como devemos, os crentes, perceber todo esse engano que o falso
cristianismo tem mostrado? Deus disse a Habacuque que escrevesse numa tábua de
pedra (igualzinho aos 10 mandamentos) qual seria o centro da sua mensagem: O justo viverá pela
fé.
Aprendendo a lição, o profeta declarou que se tudo na vida acabasse, a
figueira não florescesse, a oliveira murchasse, os currais ficassem vazios, ainda
assim ele se alegraria em Deus e na sua salvação.
Será que esse evangelho pode ser pregado como suficiente?
Se tudo o que der prazer ao leitor: família, emprego, estabilidade e o
que mais você puder pensar for requerido de você hoje, você precisa entender
que viver pela fé é, ainda nas piores circunstâncias poder dizer: ainda assim eu me
alegro no Deus da minha salvação.
Parece diferente do que você vê na TV? Mas esse é o evangelho daquele
que nos chamou assim: Quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
A. O que o Texto Hebraico diz? Habacuque possui um modo
peculiar de expor seu pensamento. Textualmente lemos: “o justo viverá por sua
fidelidade”. Entretanto, a versão grega, a Septuaginta (III Século AC),
juntamente com alguns manuscritos da mesma língua, comunica a frase com algumas
alterações: “o justo viverá por minha fé’. Três séculos mais tarde, essa versão
vai tornar-se o pilar da teologia paulina (Rm 1.17; cf. Gl 3.11), para mostrar
que as pessoas são justificadas, diante de Deus, somente pela fé em Jesus
Cristo.
B. Qual é o caminho a seguir? O estudo bíblico está sempre
cercado pela tentação de seguir o que dita a nossa cabeça. Todavia não podemos
fugir ao texto bíblico, pois ele [Edição original página 10/11] contém as
informações necessárias à nossa compreensão. Não é correto seja colocado nele
elementos estranhos na tentativa de interpretá-lo. Também não é conveniente
imaginar coisas que estavam na cabeça do autor, pois entramos num campo bem
perigoso que vai nos levar a uma interpretação arbitrária. Portanto, o melhor
caminho para a interpretação do nosso texto é a leitura do próprio texto,
inserido nas tradições do antigo Testamento, no ponto de vista do autor, nas
circunstâncias históricas internas e externas.
C. Análise estrutural Facilmente reconhecemos a existência de
três partes no livro de Habacuque, devido ao diferente estilo literário e
conteúdo que cada uma dessas unidades possui: a. Diálogo entre Habacuque e Deus
(1.2-2.4) b. Cinco ‘ais’: anúncios da queda do Império Assírio (2.5-27) c.
Hino: Manifestação divina no universo (3.1-19) D. Hc 2.4b dentro do diálogo
entre Deus e Habacuque Como já falamos acima, a primeira unidade do livro
apresenta um diá- logo onde o profeta lamenta diante de Deus, em vista da
opressão e violência no mundo. Para melhor saborearmos essa conversa, vamos
analisar sua estrutura: Diálogo entre Deus e Habacuque: 1.2-2.4 A. 1°
Lamentação de Habacuque 1.2-4 1. questão v.2 2. justificativa 3 3. conseqüência
4 B. 1° resposta de Deus VV. 5-11 1. chamada a atenção 5ª 2. descrição da
atuação de Deus
SERMÃO
“Mas
o justo viverá pela fé.” – Habacuque 2:4.
Este texto é empregado três vezes pelo apóstolo Paulo
como argumento. Leia Romanos 1:17, Gálatas 3:11 e Hebreus 10:30 – em cada um
desses casos aparece, “o justo viverá pela fé”. Este é o antigo texto
original ao qual o apóstolo se referiu quando disse, “Como está escrito, o
justo viverá pela fé.” Nós não estamos errados em fazer da inspiração do
Antigo Testamento tão importante quanto à do Novo, pois a verdade do Evangelho deve
se manter em pé ou então cair com os profetas da antiga dispensação. A Bíblia é
uma e indivisível – não se pode questionar o Antigo Testamento e reter o Novo.
Ou Habacuque estava inspirado ou Paulo escrevia coisas sem sentido.
Ontem, há 400 anos, em 10 de Novembro de 1483, veio a
este mundo fraco o filho de um mineiro refinador de metais, que não fez poucas
coisas para eliminar o Papado e refinar a Igreja. O nome deste bebê era
Martinho Lutero – um herói e um santo. Bendito foi este dia acima de todos os
dias deste século, que honra, pois concedeu uma bênção
sobre todos os séculos subsequentes por meio do “monge que
abalou o mundo”. O seu espírito corajoso derrubou a tirania do erro que havia
por tanto tempo envolvido as nações em sua escravidão. Toda a história da
humanidade, desde então, tem sido mais ou menos afetada pelo nascimento deste
maravilhoso garoto! Ele não era um homem absolutamente perfeito – nós também
não endossamos tudo o que ele disse nem admiramos tudo o que fez – mas ele era
um homem sobre o qual o olhar da maioria dos homens deveria repousar.
Ele foi um poderoso juiz em Israel, um servo real do
Senhor. Nós devemos mais frequentemente orar a Deus pedindo por homens como
este – homens de Deus, homens de poder. Deveríamos orar para que, de acordo com
a infinita bondade do Senhor, Seus infinitos dons continuem e se multipliquem
para a perfeição da sua igreja, pois quando Cristo ascendeu aos céus, ele levou
cativo o cativeiro e entregou dons aos homens. E “alguns ele fez apóstolos;
e outros profetas; e outros evangelistas; e outros pastores e mestres”
(Efésios 4:11). Ele continua a outorgar estes dons escolhidos de acordo com as
necessidades da Igreja e Ele os dispensaria mais plenamente, talvez,
se nossas orações mais intensamente subissem ao Senhor da
messe que enviaria trabalhadores à sua messe. Mesmo quando acreditamos no
Salvador crucificado como nosso salvador pessoal, nós devemos acreditar que o
Senhor ascendeu para o perpétuo com os confessores e evangelistas que declararão
a verdade de Deus.
Eu gostaria de fazer uma pequena homenagem a Lutero em
seu aniversário e eu penso que eu não poderia fazer melhor coisa que usar a
chave da verdade de Deus pela qual Lutero destravou as masmorras da mente
humana e transformou corações escravos em livres. Esta chave dourada
encontra-se na Verdade brevemente contida no texto diante de nós – “O justo
viverá pela fé”. Você não está um tanto surpreso de achar uma passagem tão
Evangélica em Habacuque? Por descobrir em um antigo profeta uma afirmação tão explícita
que Paulo pôde usar como argumento pronto contra os oponentes da justificação
pela fé? Ele mostra que a doutrina cardial do evangelho não é uma nova noção!
Claramente não é um novo dogma inventado por Lutero, nem mesmo uma verdade de
Deus ensinada em primeira mão por Paulo!
Este fato, Justificação pela Fé, foi estabelecido em
todas as eras e, portanto, nós o encontramos aqui, entre as coisas antigas, uma
lâmpada para iluminar as trevas que pairavam sobre Israel antes da vinda do
Senhor! Isto também prova que não houve mudanças no evangelho. O evangelho de
Habacuque é o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Uma luz muito clara foi
lançada sobre esta Verdade de Deus pelo dom do Espirito Santo, mas o caminho da
salvação tem sido, em todos os tempos, o mesmo! Nenhum homem jamais foi salvo
pelas suas boas obras. O modo pelo qual cada justo tem vivido sempre foi pelo
caminho da fé. Não houve o menor desvio desta Verdade – foi estabelecido e
instituído – sempre o mesmo, como Deus o proferiu.
Em todos os tempos e em todos os lugares, o evangelho
é e continuará sendo o mesmo. “Jesus Cristo, o mesmo ontem, hoje e
eternamente”. Nós lemos “o evangelho” a partir de um – nunca dois ou três
evangelhos – como muitos. Céus e terras passarão, mas a Palavra de Cristo nunca
passará. Também é digno de nota que esta verdade de Deus é tão antiga e ainda
assim continua tão imutável, e com tanta vitalidade. Esta sentença, “O justo
viverá pela fé”, produziu a Reforma! Desta linha, a partir da abertura dos
selos do apocalipse virão todos os sons das trombetas do evangelho e todas as
canções evangélicas como o som de muitas águas. Esta única semente – esquecida
e escondida nas trevas da era medieval – foi trazida de volta, colocada no
coração dos homens, cresceu pelo Espírito Santo de Deus, para no final produzir
grandes resultados.
Esta porção de semente no topo das montanhas foi
multiplicada de tal forma que o fruto moveu o Líbano e suas cidades e floresceu
como a erva do campo. Mesmo a menor parte da Verdade de Deus lançada em
qualquer lugar viverá! Algumas plantas são tão cheias de vitalidade que apenas
o fragmento de uma folha colocado no solo fará com que ela crie raízes e
cresça. É completamente impossível que esta vegetação se extinga, e assim
acontece com a Verdade de Deus – ela é viva e incorruptível – e, portanto, nada
pode destruí-la. Desde que uma Bíblia reste, a religião da Graça Livre viverá!
Não, se puderem queimar todas as escrituras, ainda que reste apenas uma criança
que se lembre de um único texto da Palavra, a Verdade se levantará novamente!
Mesmo nas cinzas da verdade o fogo ainda está vivo, e
quando o sopro do Senhor vem sobre elas, a chama arde gloriosamente. Por isto,
sejamos confortados nestes dias de blasfêmias e censura – confortados porque “embora
a erva embranqueça e a flor caia: mas a Palavra do Senhor dura para sempre.”
E esta é a palavra pela qual o evangelho é pregado a você. Deixe-nos examinar
este texto cujo sentido iluminou o coração de Lutero, enquanto o explico a
você.
I. Eu
devo, a princípio, fazer uma breve observação – UM HOMEM QUE TEM FÉ EM DEUS É
JUSTO. “O justo viverá pela fé.” O homem que possui fé em Deus é um
homem justo – a sua fé é a sua vida como um homem justo. Ele ser “justo”
sentido do Evangelho, isto é, ter a fé que Deus prescreve como caminho da
salvação, ele é, por sua fé, justificado na visão de Deus. No Antigo Testamento
é dito a nós, em referência a Abraão, que “ele acreditou no Senhor; e o
Senhor lhe contou isto por justiça” (Genesis 15:6). Este é o plano universal
de justificação. A fé está abraçada à justiça de Deus em aceitar o plano de
justificação de pecadores por meio do sacrifício de Cristo – e ela faz do
pecador um justo.
A fé aceita e apropria por ela mesma todo o sistema
Divino de justiça que se desdobra na pessoa e no ministério de Jesus Cristo. A
fé regozija em vê-Lo vindo ao mundo em nossa natureza, e nesta natureza,
obedecendo a Lei de Deus em cada jota e til, mesmo que ele não estivesse sob a
Lei Ele escolheu colocar-se lá em nosso lugar. A fé se compraz quando vê o
Senhor, que veio sob a Lei, oferecendo-se como perfeita expiação e fazendo uma
completa vindicação da justiça divina pelo Seu sofrimento e morte. A fé se
encontra na pessoa, vida e morte do Senhor Jesus como a sua única esperança – e
na justiça de Cristo ela se sustém. Ela grita “O castigo que me traz a paz
estava sobre Ele e pelas Suas pisaduras fui curado”.
Agora, os homens que creem no método de Deus de
transformar homens em justos através da justiça de Jesus, e aceitam Jesus e
põem a sua fé Nele, estes são homens justos! Aquele que faz da vida e morte de
Jesus a grande propiciação e nela crê como a sua única fonte de confiança é
justificado aos olhos de Deus e tem seu nome escrito entre os justos pelo
próprio Senhor. A sua fé é imputada pela justiça porque a sua fé se agarra à
justiça de Deus em Cristo Jesus. “Todos os que creem são justificados de todas
as coisas, daquilo que não podíeis ser justificados pela lei de Moisés”. Este é
o testemunho da Palavra inspirada – quem o negará?
Mas o crente também é justo em outro sentido, cujo
mundo exterior aprecia melhor, embora não seja mais valoroso que o sentido
formal. O homem crente em Deus torna-se, pela fé, movido para tudo o que é
correto, bom e verdadeiro. Sua fé em Deus retifica sua mente e o faz justo. No
julgar, no desejar, no aspirar, em seu coração, ele é justo. Seus pecados foram
perdoados, na hora da tentação, ele clama: “como, agora, eu fraquejei e cometi
este pecado contra Deus?”. Ele acredita no derramamento de sangue que Deus proveu
para limpar o pecado e, para ser lavado em seu interior, ele não pode escolher
se sujar novamente. O amor de Cristo o constrange a seguir o que é verdadeiro,
correto, bom, amável e honroso aos olhos de Deus.
Tendo recebido pela fé, o privilégio da adoção, ele
emprenha-se em viver como um filho de Deus. Tendo obtido, pela fé, uma nova
vida, ele anda em novidade de vida. “Princípios imortais impedem os filhos de
Deus de pecar”. Se muitos vivem em pecado e amam isso, eles não têm a fé dos
eleitos de Deus, pois a fé verdadeira purifica a alma. A fé que operou em nós
pelo Espírito Santo é a maior exterminadora de pecados debaixo do Céu. Pela
graça de Deus ela afeta o íntimo do coração, modifica as vontades e emoções; e
torna o homem em uma nova criatura em Cristo Jesus. Se há alguém na terra que
pode, verdadeiramente, ser chamado de justo, estes são os que assim são
transformados pela fé em Deus através de Jesus Cristo nosso Senhor. Deveras,
nenhum outro homem é justo, salvo aqueles a quem o santo Deus deu o título de
justos – e para estes o texto diz que o justo viverá pela fé.
A fé crê em Deus e, portanto, O ama. E, portanto, O
obedece. E, portanto, cresce como Ele. É a raiz da santidade, a primavera da
justiça, a vida do justo!
II. Acerca
desta observação, que é vital para o texto, eu não mais me prolongarei, mas
avançarei a outro ponto que dialoga com ele, a saber, O HOMEM JUSTO TEM FÉ EM
DEUS. Ou então, deixe-me dizer, ele não é justo, pois Deus merece fé e aquele
que O rouba, não é justo. Deus é tão justo que duvidar Dele é injustiça – Ele é
tão leal que não confiar Nele é ofendê-Lo – e este que faz a Deus tamanha
injustiça não é considerado justo. Um homem justo deve ser primeiramente justo
com o maior dos seres. Seria inútil para ele ser justo com todas as outras
criaturas se intencionalmente ele ofendesse a Deus. Eu digo que ele seria
indigno do nome justo. Fé é o que o Senhor, justamente, merece receber das suas
criaturas – é devido a isto que acreditamos no que Ele diz – e especialmente em
referência ao Evangelho.
Quando o grande amor de Deus em Cristo Jesus é
claramente estabelecido, ele será crido pelos de coração puro. Se o imenso amor
de Cristo em morrer por nós for completamente entendido, então ele deve ser
crido por toda a mente honesta. Duvidar do testemunho de Deus acerca do seu
Filho Jesus é cometer a maior injustiça ao Seu infinito amor. Aquele que crê
não rejeitou o testemunho de Deus ao dom indizível e o colocou naquele que
merece adoração em gratidão dos homens, pois, sozinho, pode satisfazer a
Justiça de Deus e dar paz à consciência dos homens. Um homem verdadeiramente
justo, para a completude da sua justeza, crê em Deus e em tudo aquilo que Ele
revelou.
Alguns sonham que essa questão de justiça apenas
concerne à vida exterior e não toca nas crenças do homem. Eu digo, não é assim
– a justiça diz respeito ao interior do homem, a parte central de sua
humanidade – e o verdadeiro homem justo deseja ser limpo em partes secretas e,
nas partes escondidas, eles conheceriam a sabedoria. Não é assim? Nós ouvimos
isto continuamente: que nossas compreensões e crenças constituem uma província
isenta da jurisdição de Deus. Então, deverás, eu posso acreditar no que eu
quiser sem ter responsabilidade por isso diante de Deus? Não, meus irmãos e
irmãs! Nenhuma parte de nossa humanidade está fora do alcance da divina lei!
Nossa completa capacidade como homens repousa sobre a soberania d’Ele que nos
criou e estamos obrigados a tanto acreditar como a agir corretamente!
Na verdade, nossas ações e pensamentos estão tão
entrelaçadas e emaranhadas que não há divisão entre um e outro. Dizer que a
justiça da vida exterior é suficiente é ir contrariamente ao teor da Palavra de
Deus. Eu estou mais voltado a servir a Deus com meu coração e minha mente!
Estou tão sujeito a crer naquilo que Deus revela assim como estou sujeito a
fazer aquilo em que Deus se regozija! Erros de julgamento são tão
verdadeiramente pecados quanto erros da vida. É parte da nossa submissão para o
nosso grande e Soberano Senhor que nós submetamos nossa compreensão, nossos
pensamentos e nossas crenças ao Seu supremo controle. Nenhum homem é correto
até que ele acredite nas coisas corretas. Um homem justo deverá ser justo
através de Deus, por crer em Deus e confiando Nele em tudo o que Ele é, diz e
faz.
Eu também não vejo, meus caros amigos, que razão há
para o homem ser justo com seus semelhantes quando ele desistiu da sua crença
em Deus. Se se trata de uma pequena parte e um homem
pode entregar-se por um pedaço de desonestidade, por
que ele não deveria ser desonesto se não há uma lei
maior do que a que seus companheiros fizeram? Se não há trono de
justiça, nenhum julgamento a se seguir, porque ele deveria se preocupar? Há
poucas semanas atrás um homem matou deliberadamente seu empregado, que o havia
ofendido. E como ele se entregou à polícia, ele disse que não estava nem um
pouco receoso ou envergonhado daquilo que havia feito. Ele admitiu o
assassinato e reconheceu que sabia muito bem das consequências. Ele disse que
esperava sofrer a dor por meio minuto e depois então viria o seu fim e estava
pronto para aquilo.
Ele falou e agiu em consistência com as suas crenças
ou descrenças – e verdadeiramente não há forma de crime, mas o que se torna
lógico e legítimo é se existe ou não fé em Deus e a vida após a morte para o
homem. Sem isto, rompamos com a comunidade – não há nada que faça com que os
humanos permaneçam juntos! Sem Deus, o governo moral do universo cessa e a
anarquia é o estado natural das coisas. Se não há Deus e o julgamento no
porvir, deixe-nos bebamos, porque amanhã morreremos. Se necessário, deixe-nos
roubar, mentir e matar!
Porque não? Se não há lei, julgamento ou punição para
o pecado – nada pode ser pecaminoso! Se não há legislador, não há lei! E se não
há lei, então não pode haver transgressão! A que tipo de caos chegaríamos se a
fé em Deus fosse renunciada! Onde o justo será encontrado se a fé for banida? O
homem justo é crente em uma medida ou outra – e ele que é digno de ser chamado
de “justo” no sentido bíblico, é um crente no Senhor Jesus Cristo, que
foi feito justiça de Deus por nós!
III. Mas
agora vou para o ponto no qual eu pretendo me alongar. Em terceiro lugar, POR
ESSA FÉ O JUSTO DEVERÁ VIVER. Isto é, a princípio, uma declaração estreita.
Cortam-se muitas maneiras de viver fingindo, dizendo: “O justo viverá pela fé.”
Esta sentença dá sinais da porta estreita que está à frente do caminho – o
caminho estreito que leva à vida eterna. De um só golpe isso acaba todas as
reivindicações de justiça, independentemente de um modo de vida. Os melhores
homens do mundo só podem viver pela fé – não há outra forma de ser justo aos
olhos de Deus! Nós não podemos viver em justiça própria, em hipocrisia. Se
formos confiar em nós mesmos, ou em qualquer coisa que venha de nós mesmos,
estamos mortos, enquanto confiamos – nós não temos conhecido a vida de Deus de
acordos com os ensinamentos da Sagrada Escritura.
Você deve vir direto para fora da confiança em tudo o
que você é ou esperar ser. Você deve arrancar as vestes de lepra da justiça
legal e romper com toda e qualquer forma dela. Autossuficiência quanto às
coisas da religião resultará em autodestruição! Você deve descansar em Deus
como Ele é revelado em Seu Filho Jesus Cristo e Nele somente. O justo viverá
pela fé. Aqueles que olham para as obras da lei estão debaixo da maldição e não
podem viver diante de Deus. O mesmo também acontece com aqueles que se esforçam
para viver de sensações ou sentimento. Eles julgam a Deus por aquilo que veem –
se Ele é abundante para eles em providência, Ele é um Deus bom. Se eles são
pobres, eles não têm nada de bom para dizer a Ele, porque eles O medem por
aquilo que sentem, provam e veem. Se Deus trabalha continuamente para um
propósito e eles podem ver o seu propósito, eles elogiam a Sua sabedoria. Mas
quando eles ou não pode ver o fim, ou não conseguem entender o caminho pelo
qual o Senhor está trabalhando, imediatamente O julgam imprudente. Viver pelos
sentimentos acaba por ser um modo de vida sem sentido, trazendo morte a todo
conforto e esperança –
“Não julgueis o Senhor pelo sentido fraco,
Mas confiar nele para a Sua Graça.”
Pois apenas nesta confiança um homem justo pode viver.
O texto também destrói toda a ideia de vida por mero
intelecto. Muitos dizem: “Eu sou o meu próprio guia! Farei doutrinas para mim e
vou transferí-las e moldá-las de acordo com meus próprios recursos”. Essa
maneira é a morte para o espírito. Estar de acordo com os costumes das épocas
é, por vezes, ser inimigo de Deus! O caminho da vida é acreditar no que Deus
tem ensinado, especialmente a acreditar Naquele a quem Deus estabeleceu para
ser Propiciação pelo pecado, por que está fazendo de Deus tudo e nós nada.
Descansando sobre uma revelação infalível e confiante
em um Redentor Onipotente, temos descanso e paz. Mas, por outro princípio
instável, tornamo-nos estrelas errantes, para quem é nomeado o negrume das
trevas para sempre. Pela fé, a alma pode viver – em todas as outras
maneiras, temos um nome para viver e estamos mortos.
O mesmo é igualmente verdade da fantasia. Que muitas
vezes encontram-se com uma religião extravagante no qual as pessoas confiam aos
impulsos, aos sonhos, a ruídos e coisas místicas que eles imaginam terem visto
– tudo isso é conversa fiada! E ainda estão bastante envolvidos nisso. Eu oro
para que você possa expulsar essas coisas sem valor – não há alimento para o
espírito nelas. A vida de minha alma não está no que eu penso, ou no que
imagino, ou no que eu fantasio, ou no que faz com que eu me sinta bem, mas
apenas no que a fé apreende ser a Palavra de Deus! Vivemos diante de Deus,
confiando em uma promessa, dependendo de uma pessoa, aceitando um sacrifício,
vestindo uma justiça e cercando-nos com Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
Implícita confiança em Jesus, nosso Senhor, é o modo de vida e todos os outros
levam à morte. É uma estrita declaração – deixem que aqueles que chamam de
intolerância, dizerem o que quiserem – será verdade por mais que tentem
execrá-lo, tanto quanto agora!
Mas, em segundo lugar, essa é uma afirmação muito ampla. Muito é
compreendido no ditado “O justo viverá pela fé”. Não diz que parte de
sua vida paira sobre sua crença, ou que fase da sua vida melhor prova sua fé –
compreende o início, continuidade, ampliação e aperfeiçoamento da vida
espiritual como sendo tudo pela fé. Observe que o texto significa que no
momento em que um homem crê, ele começa a viver à vista de Deus. Ele confia em
seu Deus, ele aceita de Deus a revelação de si mesmo, ele confia, repousa, se
inclina sobre o seu Salvador e naquele momento ele se torna um homem
espiritualmente vivo, vivificado com a vida espiritual pelo Espírito Santo de
Deus!
Toda a sua existência antes da fé não era nada, a não
ser uma forma de morte. Quando ele vem a confiar em Deus, ele entra na vida
eterna e tem o nascimento vindo do alto. Sim, mas isso não é tudo, nem é a
metade – para isto o homem continua a viver diante de Deus, se ele está tão
apegado ao seu modo de santidade – sua perseverança deve ser o resultado de uma
fé contínua. A fé que salva não é um único ato feito e acabado em um
determinado dia, é um ato contínuo e persevera durante toda a vida do homem! O
justo não só começa a viver sua fé, mas ele continua a viver por sua fé! Ele
não começa no Espírito e termina na carne, nem vai tão longe pela graça e o
resto do caminho pelas obras da lei. “O justo viverá pela fé“,
diz o texto de Hebreus, “mas se alguém recuar, a minha alma não tem prazer nele. Mas nós não somos daqueles que recuam para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma”.
diz o texto de Hebreus, “mas se alguém recuar, a minha alma não tem prazer nele. Mas nós não somos daqueles que recuam para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma”.
A fé é essencial ao longo de todo e cada dia, em todas
as coisas. Nossa vida natural começa pela respiração e deve ser continuada pela
respiração. O que a respiração é para o corpo, a fé para a alma. Irmãos e
Irmãs, se quisermos fazer avanços e progressos na vida divina, isto ainda deve
ser da mesma maneira! Nossa raiz é a fé e somente através da raiz vem o
crescimento. Progresso na graça não vem da sabedoria carnal, ou esforço legal,
ou incredulidade. Não, a carne não traz crescimento à vida espiritual e os
esforços feitos na incredulidade em vez de fazer a vida interior crescer, a
diminuem. Não nos tornamos mais fortes por mortificações, lutos, obras, ou nos
esforçando, se estes estiverem separados da simples fé na graça de Deus – pois
somente por este canal o alimento pode entrar na vida de nosso espírito. A
mesma porta pela qual a vida entrou em primeiro lugar é aquele pelo qual a vida
continua a entrar.
Se alguém me diz: “Eu já vivi crendo em Cristo, mas
agora eu me tornei espiritual e santificado e, portanto, eu não tenho mais
necessidade de olhar como um pecador para o sangue e justiça de Cristo,” eu
digo a este homem que ele tem necessidade de aprender os primeiros princípios
da fé! Eu o adverti que ele tem de ser atraído de volta à fé, pois aquele que é
justificado pela Lei, ou de qualquer outra forma que não a justiça de Cristo,
tem caído em desgraça e deixou o único fundamento sobre o qual uma alma pode
ser aceita por Deus. Sim, até ao portão do céu não há esteio para nós, a não
ser a fé no sempre abençoado Salvador e Sua Expiação Divina! Entre este lugar e
o céu nunca seremos capazes de viver por méritos, ou viver fantasias, ou pelo
intelecto – temos ainda que ser como crianças ensinadas por Deus como Israel no
deserto, dependendo inteiramente daquele grande Invisível.
Para sempre nosso, é olhar para todas as coisas e para
nós mesmos e perceber, pois “o justo viverá pela fé”. É uma frase muito
ampla, um círculo que engloba toda a nossa vida que é digna desse nome. Se há
alguma virtude, se há algum louvor, se existe alguma coisa que é bela ou de boa
reputação, devemos recebê-la, exibi-la e aperfeiçoá-lo pelo exercício da fé. A
vida na casa do Pai, a vida na Igreja, a vida em particular, a vida no mundo,
devem ser todas realizadas e praticadas no poder da fé, se somos homens justos.
O que é sem fé é sem vida! Obras mortas não podem satisfazer o Deus vivo! Sem
fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11:6).
Imploro-lhes a sua atenção, em terceiro lugar, que
declaração desqualificada é esta. “O justo viverá pela sua fé.” Então, se um
homem tem, mas um pouco de fé, viverá. E se ele é muito justo, ele ainda vive
pela fé. Muitos homens não chegaram mais longe do que correr atrás santidade,
mas ele é justificado pela sua fé – sua fé está tremendo e lutando e a sua
oração frequente é: “Senhor, eu creio, ajuda minha incredulidade“- ainda
assim a sua fé fez dele um homem justo! Às vezes ele tem medo de
não ter fé! E quando ele cai em depressão profunda, este é o quanto ele
pode fazer para manter sua cabeça acima da água. Mas, mesmo assim sua fé
o justifica. Ele é como um barco em um tempestuoso mar, às vezes ele é
levantado ao céu, piscando ondas de misericórdia e outra ele afunda no abismo
entre os vagalhões de aflição. O quê? É ele, então, um homem morto? Eu
respondo: Este homem crê verdadeiramente em Deus? Ele não aceita o registro
sobre o Filho de Deus? Ele pode verdadeiramente dizer: “Creio na remissão dos
pecados”, e com fé, como ele tem, ele só se apega a Cristo e a ninguém mais?
Então o homem deve viver! Ele viverá pela sua fé!
Se a pequenez da nossa fé pode nos destruir, então
quão poucos poderão ser numerados com os vivos? “Quando o Filho do homem
vier, porventura achará fé na terra?” Só aqui e ali e agora e depois, um
Lutero parece que realmente acredita com todo seu coração. A maioria de nós é
tão grande quanto o dedinho de Lutero – não temos tanta fé em nossa alma
inteira como ele tinha a em um cabelo da sua cabeça! Mas ainda assim esta
pequena fé nos deixa vivos. Eu não digo que pouca fé nos dará força, ou vigor
de um leão como que Lutero tinha, mas viveremos. A declaração não faz distinção
entre este e aquele grau de fé, mas ainda estabelece, como uma verdade
inquestionável de Deus, “o justo viverá pela fé“. Louvado seja Deus,
então, eu viverei, pois acredito no Senhor Jesus como meu Salvador e meu Tudo!
Você também não acredita nele? Sim, e não é singular que essa declaração não
deve mencionar qualquer outra graça, como aquela que vai ajudar a construir o
terreno em que os homens justos vivem?
“O justo viverá pela fé.” Mas ele não tem amor?
Ele não tem zelo? Ele não tem paciência? Ele não tem esperança? Ele não tem
humildade? Ele não tem santidade? Oh, sim, ele tem tudo isso e vive nelas, mas
ele não vive por elas, porque nada disto o liga tão intimamente a Cristo, como
a sua fé faz! Atrevo-me a usar uma figura muito familiar porque é o melhor que
posso pensar. Aqui está uma criança pequena, um bebê. Ele tem muitos membros
necessários, tais como seus olhos, ouvidos, pernas, braços, coração e assim por
diante. E todas são necessárias, mas o órgão pelo qual o bebê vive é a sua
boca, pelo que ele suga de sua mãe todo o seu alimento. Nossa fé é a boca pela
qual sugamos a vida nova a partir da promessa do Deus sempre abençoada. Assim,
a fé é o que vivemos! Outras graças são necessárias, mas a fé é a vida de todas
elas. Nós não subestimamos o amor, ou paciência, ou penitência, humildade ou
depreciamos ou olhos ou pés do bebê. Ainda assim, o meio de vida do homem
espiritual é a boca pela qual ele recebe alimento divino das verdades de Deus
reveladas pelo Espírito Santo na Sagrada Escritura. Outras graças produzem
resultados provindos da fé, mas a fé é o Receptor-Geral de graça para a ilha
que é o homem.
Isto, caros amigos, para continuar um pouco mais
adiante, é uma declaração muito sugestiva – “O justo viverá pela fé” –
porque nisto há muitos significados. Primeiro, o homem justo existe mesmo pela
sua fé. Isto é, a forma mais baixa de Graça em um caráter justo é dependente da
fé. Mas, irmãos e irmãs, eu espero que você não seja tão tolo para dizer “Se eu
sou apenas uma criança viva de Deus, isto é tudo que eu preciso”. Não, nós não
desejamos somente ter a vida, mas tê-la em abundância! Vê aquele homem salvo de
um afogamento? Ele está vivo, mas se a única evidência disto é o fato de que um
espelho fica orvalhado por sua respiração, você não estaria contente de estar
vivo há anos nestes moldes pobres, iria? Você deve ser muito grato se você está
espiritualmente vivo, mesmo dessa forma débil, mas ainda assim, não queremos
ficar em um estado de desmaio. Nós queremos ser ativos e vigorosos!
No entanto, até mesmo para a menor vida você deve ter
fé. Para o mais fraco tipo de existência espiritual que pode ser chamado de
vida no todo, a fé é necessária. O justo que praticamente sobrevive, que é
fraco na mente, que dificilmente se salva, é, no entanto, entregue pela fé. Sem
fé não há vida celestial. Tomemos a palavra “vida”, em um sentido melhor, e o
mesmo se aplica “O justo viverá pela sua fé“. Às vezes encontro com
pessoas muito pobres que nos dizem em tom patético: “Nosso salários são
terrivelmente escassos”. Dizemos a eles: “Você realmente vive com tão pequena
quantia?”. Eles respondem: “Bem, senhor, você pode dificilmente chamar de vida,
mas nós existimos de alguma forma”. Nenhum de nós gostaria de viver em um
estilo de vida tal se pudéssemos mudá-lo. Queremos dizer, então, por “vida”,
alguma medida de alegria, felicidade e satisfação. O justo, quando tem o
conforto, alegria e paz os têm pela fé. Graças a Deus, a paz do coração é o
nosso estado normal, porque a fé é uma graça permanente. Cantamos com alegria
de coração e nos regozijamos no Senhor e, bendizemos o Senhor, isso não é
novidade para nós! Mas nós temos conhecido e ainda conhecemos esta
bem-aventurança somente pela fé.
O momento em que a fé chega, a música invade – como se
fossem corujas gritando! Lutero pode cantar um Salmo apesar do diabo, mas ele
não poderia ter feito se não tivesse sido um homem de fé. Ele poderia desafiar
imperadores, reis, papas e bispos, enquanto ele segurou firme na força de Deus,
mas só depois de tê-la segurado! A fé é a vida da vida e faz a vida valer a
pena ser vivida. Ela coloca alegria na alma em acreditar no Pai e o Seu grande
amor eterno; na Expiação eficaz do Filho e na habitação do Espírito, em
ressurreição e glória eterna! Sem as quais, de todos os homens, nós somos os
mais miseráveis. Acreditar nestas verdades gloriosas é viver – “O justo
viverá pela fé“. Vida também significa força. Dizemos de certo homem: “Que
vida que ele tem em si! Ele é cheio de vida! Ele parece estar sempre vivo”.
Sim, o justo obtém energia, força, vivacidade, vigor, poder pode, e a vida pela
fé.
A fé confere aos crentes uma majestade real. Quanto
mais eles acreditam, mais poderosos se tornam. Esta é a cabeça que usa uma
coroa! Esta é a mão que empunha um cetro! Este é o pé, cujo pisar real faz
tremer as nações! Fé em Deus nos liga com o Rei, o Senhor Deus Onipotente! Pela
fé o justo vive em quando os outros morrem. Eles não são superados pelo pecado
prevalente, ou heresia da moda, ou a perseguição cruel, ou feroz aflição nada
pode matar a vida espiritual enquanto a fé permanece “O justo viverá pela fé“.
Continuidade e perseverança vêm dessa forma. O homem justo, quando ele volta
atrás, não é confundido. E quando ele é ferido pelos inimigos, ele não está
morto. Onde outro homem é afogado, ele nada. Onde outro homem é pisado, ele se
levanta e grita vitoriosamente “Não se Alegre sobre mim, O meu inimigo! Se
eu cair, mas hei de subir novamente!”.
Na fornalha ardente da aflição ele caminha ileso por
meio da fé. Sim, e quando chega a sua vez de morrer e, com muitas lágrimas,
seus irmãos e irmãs carregam suas cinzas ao túmulo: “Ele, estando morto,
ainda fala“. O sangue dos justos Abel gritou do chão para o Senhor e ele
ainda está chorando ao longo dos séculos, mesmo nesta hora. Voz de Lutero,
através de 400 anos, ainda soa nos ouvidos dos homens e estimula nossos pulsos,
como a batida do tambor na música marcial, ele vive! Ele vive, porque ele era
um homem de fé. Gostaria de resumir e ilustrar este ensino ao mencionar certos
incidentes da vida de Lutero. Após o grande reformador, o Evangelho de Luz
adentrou por lentos degraus. Foi no mosteiro que, em se virar para a Bíblia que
esteve acorrentada a um pilar que esta passagem veio a ele – “Esta passagem
celeste ficara grudada a ele, mas ele não havia compreendido todos os seus
aspectos“.
Ele
não podia, no entanto, encontrar a paz em sua profissão religiosa e hábito
monástico. Mesmo sem entender, ele perseverou em penitências e mortificações,
muitas tão árduas, que às vezes ele foi encontrado desmaiado por exaustão. Elas
o trouxeram às portas da morte. Ele deveria fazer uma viagem a Roma[1], pois em Roma havia uma igreja
nova para todos os dias e você podia estar certo de ganhar o perdão dos pecados
e toda sorte de bênçãos nestes santuários sagrados. Ele sonhava em entrar em
uma cidade de santidade, mas ele viu que era um refúgio de hipócritas e um
covil de iniquidade! Para seu horror, ele ouviu os homens dizerem que se
houvesse um inferno, Roma fora construída em cima dele, pois era a abordagem
mais próxima a ele que poderia encontrar neste mundo! Mas ele ainda acreditava
em seu papa e ele continuou com suas penitências, buscando repouso, mas não o
encontrando.
Um
dia ele foi subindo de joelhos a Scala
Sancta, que hoje ainda está em Roma. Eu fiquei espantado de, no fim desta
escada, ver pobres criaturas irem para cima e para baixo em seus joelhos na
crença de que é aquela a escada que o nosso Senhor desceu quando Ele deixou a
casa de Pilatos![2] Diz-se
que alguns degraus são marcados com gotas de sangue a essas pobres almas – eu
quase disse tolas – as mais devotas as beijam. Bem, Lutero foi subindo estes
degraus um dia, quando esse mesmo texto que ele havia encontrado antes, no
mosteiro, soou como um trovão em seus ouvidos: “O justo viverá pela sua fé.” Ele
levantou-se da prostração e desceu os degraus para nunca mais rastejar sobre
eles novamente. Naquele tempo o Senhor trabalhou nele uma libertação completa
da superstição e ele viu que não por padres, nem sacerdócio, nem penitências,
nem por qualquer coisa que ele podia fazer era para ele viver, mas que ele deve
viver pela sua fé.
Nosso texto de hoje de manhã pôs o monge em liberdade
e colocou a sua alma em chamas! Mal ele começou a acreditar nisso ele começou a
viver no sentido de ser ativo. Neste momento um cavalheiro chamado Tetzel,
estava marchando sobre toda a Alemanha vendendo o perdão dos pecados pelo
dinheiro que pudesse ser pago. Não importa o seu crime, assim que o seu
dinheiro tocar o fundo do caixa seus pecados irão embora! Lutero ouviu isso,
ficou indignado e exclamou: “Vou fazer um buraco em seu tambor“, que com
certeza ele fez em vários outros tambores! A apregoação de suas teses na porta
da igreja era de certa forma silenciar a música da indulgência! Lutero
proclamou perdão do pecado pela fé em Cristo sem dinheiro e sem preço e as
indulgências do papa foram logo objetos de escárnio.
Lutero
viveu pela sua fé e, portanto, aquele que de outra forma poderia ter vivido
tranquilamente, denunciou o erro furiosamente como um leão ruge em cima de sua
presa. A fé que havia nele o encheu de vida intensa e ele mergulhou em uma
guerra com o inimigo. Depois de alguns anos, ele foi convocado para ir para
Augsburg[3], apesar de seus amigos o
aconselharam a não ir. Lá o chamaram de herege, para responder por si mesmo na
Dieta de Worms[4]. E todo mundo ordenou-lhe que
ficasse longe, pois ele com certeza seria queimado, mas ele sentiu que era
necessário testemunhar e, portanto, em um vagão, ele passou de vila em vila e
cidade em cidade, pregando conforme seguia! As pessoas pobres saiam para agitar
as mãos para o homem que estava de pé para Cristo e para o Evangelho com o
risco de sua vida. Você se lembra de como ele se colocou diante daquela augusta
assembleia e embora ele soubesse, tanto quanto o poder humano foi, que sua
defesa lhe custaria a vida, para ela, provavelmente, ser comprometida com as
chamas, como John Huss[5], mas ele se portou como homem
para o Senhor, seu Deus?
Naquele
dia na Dieta do Sacro Império Romano-Germânico, Lutero fez um trabalho para que
dez mil vezes as mães de milhares de crianças tenham bendito seu nome e
abençoado, ainda mais, o nome do Senhor seu Deus! Para colocá-lo fora de perigo
por um tempo, um amigo prudente a mando do eleitor da Saxônia, Frederico II, o
sábio, o levou prisioneiro e o manteve fora da contenda, no castelo de Wartburg[6]. Lá ele teve bons dias,
descansando, estudando, traduzindo, fazendo música e se preparando para o
futuro, que seria muito agitado. Ele fez tudo que um homem pode fazer para
estar fora da briga, mas, “o justo viverá pela sua fé“, e Lutero não
poderia ser enterrado vivo – ele precisa atingir o trabalho de sua vida! Ele
manda dizer aos seus amigos que estava vindo e logo estaria com eles, e de
repente ele apareceu em Wittenberg. O príncipe pretendia tê-lo mantido no exílio
um pouco mais de tempo, mas Lutero deve viver e quanto Eleitor temia por não
poder protegê-lo, Lutero escreveu a ele, “Eu venho com muito maior proteção do
que o sua, não, eu mantenho que eu sou mais provável para proteger sua graça do
que Vossa excelência me proteger! Ele que tem a fé mais forte é o melhor
protetor”.
Lutero
aprendeu a ser independente de todos os homens, pois ele lançou-se sobre o seu
Deus! Ele tinha todo o mundo contra ele e ainda viveu alegremente. Se o Papa
excomungou, ele queimou a bula de excomunhão! Se o Imperador o ameaçou, ele
alegrou-se porque se lembrou das palavras do Senhor: “Os reis da terra se
levantam, e os príncipes dos países juntos. Aquele que está sentado nos céus se
rirá” (Salmo 2). Quando eles disseram-lhe: “Onde você vai encontrar abrigo
se o Eleitor não protegê-lo?”. Ele respondeu: “Sob o escudo amplo de Deus”.
Lutero não podia ficar parado. Ele tinha que escrever e falar! E oh, com que
confiança ele falou! Dúvidas sobre Deus e as Escrituras ele abominava! Melancthon[7] diz
que ele não era dogmático. Prefiro diferenciar de Melanchton, e acho Lutero era
o chefe dos dogmáticos! Ele chamou Melancthon chamado “aquele que pisa
docemente”, e eu me pergunto o que teríamos feito se Lutero tivesse sido como
Melancthon também?
Os tempos precisavam de um líder firme com a certeza e
fé que fizeram de Lutero o que ele é durante todos esses anos, apesar de suas
muitas dores e enfermidades. Ele era um Titã, um gigante, um homem de calibre
mental e físico esplendidamente forte, mas a sua vida e força principal estava
em sua fé. Ele sofreu muito com os exercícios da mente e do corpo através de
doenças. E estas poderiam muito bem ter ocasionado uma exibição de fraqueza,
mas a fraqueza não aparece, pois quando ele acreditava, ele estava tão certo do
que ele acreditava como se disso dependesse sua própria existência e, portanto,
ele era forte. Se todos os anjos do céu tivessem passado por ele e cada um
tivesse assegurado a Verdade de Deus, ele não teria agradecido por seu
testemunho, pois ele creu em Deus, sem o testemunho de anjos ou homens! Ele
pensou que a Palavra de testemunho divino é mais certa do que qualquer coisa que
os serafins poderiam dizer! Este homem foi forçado a viver por sua fé, pois ele
era um homem de alma tempestuosa e somente a fé poderia falar de paz a ele.
As
agitações trouxeram sobre ele, depois de tudo, depressões de espírito e, em
seguida, ele precisava de fé em Deus. Se você ler a vida espiritual dele, você
vai achar que foi um trabalho árduo, às vezes, para ele manter sua alma em
vida. Sendo um homem de paixões como nós, e cheio de imperfeições[8], ele era, às vezes, como os mais
desalentados e desesperados e fracos entre nós. Tamanha dor dentro dele ameaçou
explodir o seu coração poderoso. Tanto ele quanto João Calvino frequentemente
suspiraram pelo descanso do Céu, porque não amou a contenda em que habitava,
mas teria sido feliz em pacificamente alimentar o rebanho de Deus na terra e
depois de entrar em descanso. Estes homens habitaram com Deus na santa ousadia
de viver em oração, ou então não poderiam ter vivido tudo o que viveram. A fé
de Lutero se prendeu à cruz de nosso Senhor e não seria movida dele. Ele
acreditava no perdão dos pecados e não podia se dar ao luxo de duvidar.
Ele lançou âncora na Sagrada Escritura e rejeitou todas
as invenções de clérigos e de todas as tradições dos pais. Ele assegurou a
Verdade do Evangelho e nunca duvidou, mas o que iria prevalecer apesar da Terra
e do Inferno foi jogado contra ele. Quando ele veio para morrer, seu velho
inimigo atacou ferozmente, mas quando lhe perguntei se ele tinha a mesma fé,
dele, “Sim”, foi positivo o suficiente! Eles não precisavam ter perguntado isso
para ele, eles deveriam ter certeza disso. E agora, hoje, as verdades de Deus
proclamadas por Lutero continuam a ser pregadas e serão até o nosso Senhor, Ele
mesmo, vir! Então a Cidade Santa não precisará de vela ou da luz do sol, porque
o Senhor, Ele mesmo, será a Luz de Suas pessoas! (Apocalipse 22) Mas até lá
temos de brilhar com a luz do Evangelho para o nosso melhor. Irmãos e irmãs,
vamos nos posicionar a Ele que, como Lutero, vivia pela fé, mesmo assim vamos e
que Deus o Espírito Santo opere em nós mais do que fé. Amém e Amém!
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