Páscoa. Uma festa judaica associada ao Cristianismo


Páscoa
O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA PÁSCOA
A Páscoa é uma das datas comemorativas mais importantes do nosso calendário. Atualmente, tornou-se uma data tão comercial, que poucos lembram ou conhecem seu verdadeiro significado. Para além dos chocolates e presentes, queremos tratar  a origem do termo, que remonta a aproximadamente 1.445 anos antes de Cristo.
Buscando a história vejamos. Devido a uma grande escassez de alimentos no mundo, dominado na época pelos Egípcios, os descendentes de Jacó mudam se para o Egito, onde José , seu filho mais novo era governador, depois de uma longa trajetória tendo sido vendido aos midianitas que o venderam ao Egito. Desvendando ele alguns sonhos como os dos dois funcionários do palácio, em uma masmorra onde estavam aprisionados juntos, ele interpreta o sonho de Faraó e ganha então o posto de governador do Egito. Era como um tipo de primeiro ministro.
Sua família então levada a morar no Egito , posteriormente torna se toda a descendência escravos de Faraó por 430 anos.
Para contextualizarmos, neste período, de acordo com a Bíblia, os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó viviam como escravos há mais de quatrocentos anos no Egito. A fim de libertá-los, Deus designou Moisés como líder do povo hebreu (Êxodo 3-4). Em obediência ao Senhor, Moisés dirigiu-se a Faraó a fim de transmitir-lhe a ordem divina: “Deixa ir o meu povo”. Para conscientizar o rei da seriedade da mensagem, Moisés, mediante o poder de Deus, profetizou que , caso Faraó não permitisse a saída do povo, viriam pragas como julgamentos contra o Egito. No decorrer de várias dessas pragas, Faraó concordava deixar o povo ir, mas, a seguir, voltava atrás, uma vez a praga sustada. Deus mesmo endurecia o coração de Faraó fazendo o voltar a sua decisão até que soou a hora da décima e derradeira praga, aquela que não deixaria aos egípcios nenhuma outra alternativa senão a de lançar fora os israelita.
Deus mandou um anjo destruidor através da terra do Egito para eliminar “todo primogênito… desde os homens até aos animais” (Êx.12.12).
A primeira Páscoa Como os israelitas também habitavam no Egito, o Senhor emitiu uma ordem específica a seu povo. A obediência a essa ordem traria a proteção divina a cada família dos hebreus, com seus respectivos primogênitos. Cada família tomaria um cordeiro macho, de um ano de idade, sem defeito e o sacrificaria. Famílias menores podiam repartir um único cordeiro entre si (Êx. 12.4). Os israelitas deviam aspergir parte do sangue do cordeiro sacrificado nas duas ombreiras e na verga da porta de cada casa. Quando o anjo da morte ,o destruidor passasse por aquela terra, ele não mataria os primogênitos das casas que tivessem o sangue aspergido sobre elas. Daí o termo Páscoa, do hebreu pesah, que significa “pular além da marca”, “passar por cima”, ou “poupar”. A Páscoa judaica, conhecida pelos judeus como Pessach, significa “passagem” e relembra a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito há cerca de 3500 anos.
A Páscoa comemorada pelos judeus também é uma de suas festas religiosas mais importantes, assim como é a Páscoa para os cristãos. A Páscoa judaica é celebrada de acordo com o calendário próprio dos judeus. A páscoa é originaria na religião do judaísmo pois os judeus iniciaram no tempo do antigo testamento e o cristianismo, evidentemente surgiu apenas depois da morte e ressurreição de Jesus.
calendário judeu (ou calendário hebraico) é conhecido por ser um calendário lunissolar, isto é, que se baseia nos ciclos da Lua e do Sol. A Páscoa judaica é comemorada anualmente no dia 14 de nissan (ou nisã), pelo fato de que a primeira Páscoa comemorada pelos judeus, enquanto eram escravos no Egito, aconteceu nos dias 14 e 15 de nissanhá cerca de 3500 anos.
A primeira Páscoa aconteceu no contexto da escravidão dos hebreus no Egito. Esses, originários de Abraão, estabeleceram-se em Canaã e, depois de um tempo de seca e falta de alimentos, mudaram-se para o Egito, local no qual acabaram sendo escravizados. A libertação dos hebreus foi realizada por Moisés, logo após a execução das dez pragas no Egito, segundo a narrativa judaica.
A Páscoa judaica aconteceu pouco antes da execução da décima praga, na qual o anjo da morte desceu ao Egito e matou todos os primogênitos daquela terra. O anjo da morte só não passou pelas casas daqueles que haviam seguido as ordens de Javé realizando a festa, da forma conforme havia sido ordenada, e passando o sangue do cordeiro nos umbrais de suas portas. Após a décima praga, os hebreus foram libertos da escravidão e autorizados a retornarem para Canaã.

Assim, pelo sangue do cordeiro morto, os israelitas foram protegidos da condenação à morte executada contra todos os primogênitos egípcios. Deus ordenou o sinal do sangue, não porque Ele não tivesse outra forma de distinguir os israelitas dos egípcios, mas porque queria ensinar ao seu povo a importância da obediência e da redenção pelo sangue, preparando-o para o advento do “Cordeiro de Deus,” Jesus Cristo, que séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (Jo. 1.29). De acordo com a Bíblia, no livro de Êxodo 12:31, naquela mesma noite Faraó, permitiu que o povo de Deus partisse, encerrando assim, séculos de escravidão e inaugurando uma viagem que duraria quarenta anos, até Canaã, a terra prometida.
Uma das festas mais tradicionais do cristianismo é a Páscoa, comemorada sempre no primeiro domingo após a lua cheia ocorrida com o fim do equinócio de primavera/outono.
A partir daquele momento da história, os judeus celebrariam a Páscoa toda primavera, obedecendo as instruções divinas de que aquela celebração seria “estatuto perpétuo” (Êx. 12.14). Era, porém, um sacrifício comemorativo, exceto o sacrifício inicial no Egito, que foi um sacrifício eficaz.
primeira Páscoa celebrada pelos judeus, ainda no período do cativeiro no Egito, é descrita na narrativa bíblica da seguinte maneira:
·         Os hebreus sacrificaram um cordeiro sadio, de um ano, no dia 14 de nissan.
·         O animal foi assado inteiro e então consumido (o que não foi consumido, foi queimado).
·         Os hebreus também consumiram pão sem fermento e ervas amargas.
·         O sangue do animal foi utilizado para marcar os umbrais das portas das residências dos judeus.
·         A comemoração da Páscoa, conforme posterior tradição judaica, estendeu-se por sete dias, nos quais o consumo de alimentos com fermento era e continua terminantemente proibido.
·         Essa festa é conhecida como Festa de Pães Asmos (ou pães ázimos).
·         Nos tempos antigos, a Páscoa era utilizada pelos hebreus para contarem sobre Jeová para as crianças, e muitos costumavam ir a Jerusalém para celebrarem a Páscoa.
·         O vinho (não fermentado) também era utilizado na celebração da Páscoa pelos hebreus.
Pessach é uma festa que é comemorada até hoje em obediência à ordem de Javé transcrita na narrativa, que fala: “Comemorem esse dia como festa religiosa para lembrar que eu, o Senhor, fiz isso. Vocês e os seus descendentes devem comemorar a Festa da Páscoa para sempre” . A Páscoa judaica, em determinados anos, pode coincidir com a mesma data em que se comemora a Páscoa cristã, mas o significado das duas difere. Enquanto a comemoração judaica relembra a passagem do anjo da morte durante a décima praga que possibilitou a libertação dos judeus da escravidão, a Páscoa cristã relembra o sacrifício de Cristo e sua ressurreição, isto é, sua passagem da morte para a vida.
A Páscoa judaica é inaugurada com o Sêder, isto é, um jantar no qual as famílias judaicas reúnem-se para relembrar e celebrar a libertação do povo hebreu. O jantar é realizado dentro de uma estrutura litúrgica que inclui: a leitura do Hagadá, um livro que contém a história de libertação dos hebreus; e o consumo dos alimentos, cada qual com sua ordem específica.
Os judeus, durante a Pessach, não comem nada fermentado, e a celebração inclui uma série de alimentos que possuem, cada qual, uma simbologia diferente. Uma tradição comum da Páscoa judaica é conhecida como Afikoman, nela o matsá (pão sem fermento) é dividido em dois, e o maior pedaço é escondido. Depois do jantar, as crianças partem à procura do pedaço de matsá, e aquela que o encontrar, ganhará um prêmio.
Como mencionado, durante a Pessach, os judeus não consomem nada que possua fermento, e, assim, todos os alimentos do tipo são vetados. Durante o jantar, uma série de alimentos é consumida, e cada um deles possui uma simbologia distinta. Vejamos o que cada alimento significa:

·         Matsá: é um pão sem fermento. Na tradição hebraica, os judeus, quando foram autorizados a sairem do Egito, não conseguiram esperar o pão fermentar, e, por isso, ele é feito de uma massa bem fina.
·         Vinho: é um vinho especial para Pessach e que também não é fermentado. São servidas quatro taças de vinho durante o Sêder.
·         Zeroá: é pedaço de osso com carne que foi tostado e simboliza o sacrifício.
·         Maror: é uma raiz amarga que simboliza a amargura do tempo da escravidão. A alface (chazeret) também é utilizada para simbolizar essa amargura.
·         Charósset: é uma pasta que mistura maça, uva e nozes (pode ter também tâmaras, canela e vinho). Simboliza a argamassa que era usada pelos judeus para fazer tijolos.
·         Água salgada: simboliza as lágrimas e o suor derramado pelos judeus durante a escravidão. É usada para o consumo de batatas cozidas.
·         Beitzá: é o ovo cozido que simboliza a esperança pela recuperação do Templo de Salomão. Simboliza também o luto pela destruição do templo.
Esses são os alimentos consumidos durante o jantar que inaugura a Páscoa judaica, mas os judeus cozinham e consomem outros pratos também, como o Guelfite fish, um bolinho de peixe com uma cenoura em cima. O Sêder é tão relevante na história judaica que a Última Ceia, momento marcante da história e vida de Cristo, foi celebrada durante um desses jantares típicos da Pessach.

Páscoa então significa “Libertação”,assim sendo, lembremos, não somente nesta data, mas em todos os dias, o verdadeiro significado da Páscoa. Assim como o Todo Poderoso libertou os hebreus da escravidão no Egito, Deus quer nos libertar da escravidão do pecado e por isso, enviou seu Filho, Jesus Cristo, para que “todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (Jo. 3.16) Vida esta conquistada com sangue “porque Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós.” (I Co 5.7) Celebremos então a liberdade conquistada por Jesus Cristo na cruz para todos nós!
https://youtu.be/Qi-HELM20Zw  veja o vídeo em meu canal youtube

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