Sim, eu amo a mensagem da cruz!


A mensagem da cruz...
O Senhor afastou os teus juízos, exterminou o teu inimigo; o Senhor, o rei de Israel, está no meio de ti; tu não verás mais mal algum. Sofonias 3:15
 “Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram” (Lc 23.33). (Jo 19.16) 
Desde o século IV d.C. alguns cristãos têm encontrado consolação em caminhar pela Via Dolorosa, a saber, o “caminho do sofrimento”, ou “o caminho doloroso”, para se lembrarem da jornada de Jesus até a cruz. Essa rota de 700 metros de comprimento segue pela Cidade Velha de Jerusalém, desde a Fortaleza Antônia, perto do Monte do Templo, até a Igreja do Santo Sepulcro, o local tradicional mais antigo da crucificação e do sepultamento. Porém, o local visitado pela grande maioria dos cristãos conservadores contemporâneos é o Jardim do Sepulcro, localizado perto da Porta de Damasco.
Jesus a caminho do Gólgota (A VIA CRUCIS)
O que realmente aconteceu no caminho para a cruz? E como meditar sobre as verdades da Escritura nos fortalece com a segurança do amor incondicional de Deus por nós? As Escrituras sobre a Via Dolorosa são claras e simples, contudo são profundas. Na estrada para a cruz, a glória de Deus estava à mostra; o plano de salvação estava sendo realizado; e o amor de Jesus por você e por mim foi demonstrado: “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus” (1Pe 3.18).
O sofrimento de Jesus começou no Jardim do Getsêmani; continuou em Sua prisão, nos julgamentos religioso e civil que Ele foi forçado a suportar, e nos açoites desumanos que sofreu dos soldados romanos, quando o governador romano Pôncio Pilatos buscava despertar a simpatia das multidões. A seguir, Pilatos “O entregou para ser crucificado” (Jo 19.16) e, “Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram” (Lc 23.33).
26 E, quando o iam levando, tomaram um certo Simão, cireneu, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas, para que a levasse após Jesus.
27 E seguia-o grande multidão de povo e de mulheres, as quais batiam nos peitos e o lamentavam. 28 Porém Jesus, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai, antes, por vós mesmas e por vossos filhos. 29 Porque eis que hão de vir dias em que dirão: Bem-aventuradas as estéreis, e os ventres que não geraram, e os peitos que não amamentaram! 30 Então, começarão a dizer aos montes: Caí sobre nós! E aos outeiros: Cobri-nos! 31 Porque, se ao madeiro verde fazem isso, que se fará ao seco?
32 E também conduziram outros dois, que eram malfeitores, para com ele serem mortos.
A crucificação
33 E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram e aos malfeitores, um, à direita, e outro, à esquerda. 34 E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes. 35 E o povo estava olhando. E também os príncipes zombavam dele, dizendo: Aos outros salvou; salve-se a si mesmo, se este é o Cristo, o escolhido de Deus. 36 E também os soldados escarneciam dele, chegando-se a ele, e apresentando-lhe vinagre, 37 e dizendo: Se tu és o Rei dos judeus, salva-te a ti mesmo. 38 E também, por cima dele, estava um título, escrito em letras gregas, romanas e hebraicas: Este é O Rei dos Judeus.
39 E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós. 40 Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? 41 E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. 42 E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino. 43 E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.

Infelizmente, ao longo da história do movimento evangélico criou-se a ideia de que a vida na terra é um mar de lágrimas, ancorados na fala de Jesus de que “meu reino não é desse mundo” (Jo 18,36) e na Carta aos Hebreus, em que se diz que os heróis da fé eram peregrinos e estrangeiros na terra (Hb 11,13), bem como a ideia de que os assuntos desse mundo não são importantes para a vida cristã. O que importa seria somente o cuidado da alma, estar bem com Deus e agir da forma como ele deseja. Negar o mundo seria, então, tomar a cruz e seguir a Jesus.
A mensagem da cruz foi transformada em “pregar os dogmas cristãos” e fazer com que todas as pessoas se convertessem ao cristianismo. Tudo mediante a entrega àquilo que o cristianismo afirma ser a vontade de Deus e a negação dos prazeres do mundo, como se isso pudesse ser trocado pela vida na glória. Esta, Deus dará a todos e todas que seguirem seus passos.
No entanto, uma leitura dos Evangelhos revela que a mensagem da cruz está bem distante desse discurso. Afinal, neles é possível ler o profundo envolvimento que Jesus teve com seu tempo, com as pessoas de sua comunidade e, principalmente, com os marginalizados que conviviam na região em que habitava. Longe de ser alguém que negava os prazeres do mundo (lembrem-se de que ele foi chamado de glutão e bebedor de vinho), os Evangelhos mostram um Jesus que se alegrava com a vida e tinha por ela grande apreço.
Os Evangelhos revelam um Jesus que ao falar do mundo não falava das coisas existentes, mas de um sistema de poder que corrompe os seres humanos e a natureza, de uma forma de vida que se volta somente para si e esquece o próximo, que também é a imagem de Deus, de maneira que “não ameis o mundo nem as coisas que nele há” quer dizer não se entregar a um sistema que tem como bandeira o egoísmo e a falta de empatia com o próximo.
A mensagem da cruz também, como mostram os Evangelhos, não tem a ver com a pregação de um conjunto de dogmas a ser obedecidos para se angariar uma recompensa no final. Muito pelo contrário, desfaz a noção de um Deus contabilista que mede boas e más ações para dar uma recompensa aos bons e um castigo aos maus. No lugar, encontra-se o amor que dá a vida em prol daqueles e daquelas a quem ama, amor que se entrega e nos convida a fazer o mesmo em prol dos nossos semelhantes. Dessa forma, se é em amor que a entrega é feita, então, não o faz para buscar uma recompensa e, na verdade, nem espera por ela, uma vez que fazer algo esperando a recompensa não é amor, mas serviço prestado.
Cantar essa música, portanto, deve nos fazer repensar se o que temos levado é realmente a mensagem da cruz, do amor de Deus pela humanidade que o faz se entregar em favor de muitos, ou se estamos levando um apanhado de dogmas para que pessoas se convertam a determinada religião. Do mesmo modo, faz-nos repensar se a cruz que estamos levando não é somente um fardo imposto por um esquema religioso ou se é realmente o símbolo da entrega e amor aos nossos semelhantes e aos marginalizados e marginalizadas desse mundo.
Por último, deve nos convidar a refletir se seguimos a Cristo porque nos encontramos com ele e tivemos nossas vidas transformadas ou se porque queremos no final receber uma recompensa pela vida “reta” que levamos aqui na Terra.
Amar a mensagem da cruz e proclamá-la é anunciar o amor de Deus ao mundo que não faz distinção de cor, raça, sexo etc. Ao mesmo tempo, implica em se engajar no mundo visando a sua transformação e a geração de vida, principalmente aos que se veem em face à morte diariamente, visto ser próprio do amor tal geração.
A mensagem da cruz implica amar o mundo e seus habitantes, lutar pelos direitos dos desfavorecidos, engajar-se na transformação da sociedade e odiar o sistema mundano que rouba, destrói e mata os desprivilegiados da atualidade.
Sem isso , sem mencionar o conteúdo e o ato final, ou o propósito da cruz de Cristo  todo discurso não passa de anúncio dogmático e fonte de lucro para líderes eloquentes. Porém levando a sério e pregando a mensagem da cruz, pura, verdadeira e irrefutável, estaremos cumprindo fielmente o “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura.
Siga meu canal youtube e veja esta e outras mensagens nele. https://youtu.be/vU-kFHDYOUE

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