Sofonias 1

SOFONIAS

Sofonias é um dos livros proféticos do Antigo testamento da Bíblia. Possui três capítulos. O nome Sofonias significa "o Senhor o escondeu" ou "o Senhor escondeu-se". ... Sofonias filho de Cusi, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá (Sofonias 1.1)

Este livro possui apenas três capítulos e faz parte do Velho Testamento. Ele foi escrito por volta de 663 a 612 AC e sua autoria é atribuída ao próprio Sofonias: profeta que viveu na mesma época em que viveram Naum e Habacuque “A palavra do Senhor, que veio a Sofonias, filho de Cusi, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá” (Sf 1:1).

Seu nome faz uma referência à proteção dada por Deus durante a opressão e a idolatria do reinado de Manasses, ou uma mensagem de proteção de Deus em meio a seu castigo, para aqueles que se arrependem. 

O profeta fala essencialmente sobre o Dia do Senhor, em que ele promover correção ao povo de Judá e os moradores de Jerusalém “E há de ser que, naquele tempo, esquadrinharei a Jerusalém com lanternas, e castigarei os homens que se espessam como a borra do vinho, que dizem no seu coração: O Senhor não faz o bem nem faz o mal (Sf 1:12).

A mensagem de Sofonias parece ter sido anunciada antes da reforma religiosa feita por Josias, rei de Judá, e o Senhor castigará também os outros povos e as cidades dos filisteus “Eu dizia: Certamente me temerás, e aceitarás a correção, e assim a sua morada não seria destruída, conforme tudo aquilo porque a castiguei; mas eles se levantaram de madrugada, corromperam todas as suas obras. Portanto esperai-me, diz o Senhor, no dia em que eu me levantar para o despojo; porque o meu decreto é ajuntar as nações e congregar os reinos, para sobre eles derramar a minha indignação, e todo o ardor da minha ira; porque toda esta terra será consumida pelo fogo do meu zelo” (Sf 3,7:8)

Sofonias foi um corajoso profeta que anunciou ao povo com clareza pois sabia que estava próximo o Dia do Senhor. Inclusive o primeiro versículo dia “Palavra do Senhor” e o último diz "diz o Senhor". Como já havia acontecido em outras épocas, o Senhor tem misericórdia do povo e mantem a promessa de que "O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para salvar-te; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo" (Sf 3:17)

Sofonias advertiu o povo do juízo de Deus pelos pecados e proclamou o Dia do Senhor, o dia do julgamento de todas as coisas; falou sobre o julgamento das nações estrangeiras (Filístia, Moabe e Amom, Egito e Assíria), assim como de Judá e JerusaLém.

                                                                                                                                      
Sofonias (significa: ‘Deus ocultou’) profetizou no período de 640-621 AC, durante o reinado do rei Josias (640-609 AC), em Judá, mas antes da destruição da cidade de Nínive em 612 AC. Era contemporâneo de Naum e Jeremias. Após o falecimento de Ezequias a religião judaica deteriorou, sendo reavivada a adoração idólatra através de seu filho Manassés. Sofonias, provavelmente, nasceu durante o período das atrocidades perpetradas por este último rei, o qual, de conformidade com a tradição, serrou pelo meio o profeta Isaías (Hb 11: 37). Sofonias era aparentado com Josias, o bisneto de Ezequias (Sf 1: 1 – Sofonias, filho de Cusi, filho de Gedalias, filho de Amarias; este era outro filho de Ezequias e irmão de Manassés). Josias subiu ao trono com a idade de oito anos (640 AC) e foi muito influenciado por Hilquias, o sumo sacerdote da época que assessorou o rei e inclinando-o à piedade. Josias, com dezoito anos, ordenou a renovação do templo; durante o processo de reforma religiosa, o Livro da Lei foi encontrado e mudou a vida da nação.

Sofonias escreveu para o povo de Judá, advertindo-o do juízo de Deus pelos pecados e assegurando que o juízo divino abriria o caminho para uma nova sociedade, na qual a justiça prevaleceria e toda a humanidade adoraria ao Senhor (Sf 3: 1-20). Após a purificação do povo, ficaria apenas um remanescente humilde que confiaria no Senhor, pois as sentenças de acusação seriam retiradas por Ele (Sf 3: 12). Ele fala sobre “o resto de Baal” em Jerusalém (Sf 1: 4 cf. Os 2: 16-17) bem como outros costumes idólatras que foram abandonados (Sf 1: 5; 2 Rs 23: 4-20; 24; 2 Cr 34: 1-7) após o descobrimento do Livro da Lei (2 Rs 22: 8-10; 2 Rs 23: 21; 2 Cr 34: 14-18). Entre esses costumes estava o de adorar os corpos celestes ou seres angélicos (“exército do céu”) e a adoração a Milcom ou Moloque, Deus dos amonitas (Sf 1: 5). Sofonias se preocupa com o Dia do Senhor, através do julgamento de todas as coisas, julgamento das nações estrangeiras (Filístia, Moabe e Amom, Egito e Assíria), assim como Judá e Jerusalém. Com o juízo de Deus, Sofonias quis ilustrar que Ele precisava fazer Seu povo atravessar as chamas da aflição, a fim de prepará-lo para ser uma bênção que se estenderia à humanidade inteira.
Capítulo 1

 Sf 1: 1-6 – Ameaças contra Judá e Jerusalém: “Palavra do Senhor que veio a Sofonias, filho de Cusi, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá: De fato, consumirei [NVI: destruirei] todas as coisas sobre a face da terra, diz o Senhor. Consumirei os homens e os animais, consumirei as aves do céu, e os peixes do mar, e as ofensas com os perversos; e exterminarei os homens de sobre a face da terra [NVI: quando eu ceifar o homem da face da terra], diz o Senhor. Estenderei a mão contra Judá e contra todos os habitantes de Jerusalém; exterminarei deste lugar o resto de Baal [NVI: o remanescente de Baal], o nome dos ministrantes dos ídolos [NVI: dos ministros idólatras] e seus sacerdotes; os que sobre os eirados adoram o exército do céu [NVI: aqueles que no alto dos terraços adoram o exército de estrelas] e os que adoram ao Senhor e juram por ele e também por Milcom [NVI: aqueles que se prostram jurando pelo Senhor e também por Moloque]; os que deixam de seguir ao Senhor e os que não buscam o Senhor, nem perguntam por ele [NVI: não o buscam nem o consultam]”.


Rei Josias, de Judá
Primeiro, o profeta afirma que a palavra que ele traz veio do Senhor. Depois ele deixa clara a sua linhagem real como trineto do rei Ezequias, e diz quem governa a nação no momento: o rei Josias. A palavra dada pelo profeta anuncia um juízo iminente da parte de Deus, e de grande amplitude, quando Ele menciona até aves e peixes. E fala algo mais assustador: ‘exterminarei os homens de sobre a face da terra’ ou ‘quando eu ceifar o homem da face da terra’, o que mostra a ira e a violência com que isso vai ser feito, e nos faz pensar que a paciência de Deus com os pecados do Seu povo já estava quase que se esgotando. Ele fala claramente sobre a punição da idolatria, em especial os adoradores e os ministros (sacerdotes) de Baal, assim como todos os que subiam nos terraços à noite para adorar os astros (‘o exército do céu’ ou ‘o exército de estrelas’ – 2 Rs 23: 11; Jr 19: 13; Jr 32: 29; Ez 8: 16), e os que faziam uma adoração dividida, ou seja, eram judeus, mas faziam sacrifícios a Moloque ou Malcom ou Milcom, o deus amonita adorado com o sacrifício de crianças, da mesma forma que o deus moabita, Camos ou Quemós. Mais extensa ainda vai a Sua punição: não apenas sobre os idólatras, como também os que não o seguem nem o buscam, nem o consultam nas suas dificuldades.

Por enquanto, o Senhor não deixa claro que usaria um exército estrangeiro para fazer isso, embora naquela época os povos que se encontravam em bastante atividade bélica fossem os citas (um grupo de tribos nômades provenientes do norte da Sibéria, perto do Mar Negro e Cáspio), que agiam com bastante destruição nas áreas invadidas, e que já estavam assolando as regiões da Assíria, da Ásia Ocidental e o Egito. Mas parece que não entraram em Judá. No fim do século VIII AC locomoveram-se para o norte da Pérsia e para a região ao norte da Assíria (região de Urartu). Seu avanço inicial para o sudoeste foi enfrentado por Sargom II (727-705 AC) e Assurbanipal (669-627 AC); este último tentou detê-los em 632 AC (durante o reinado de Josias, de Judá), mas os citas dominaram o oeste persa durante 28 anos por meio de várias incursões militares. Ajudaram os assírios contra os medos, livrando Nínive em 630 AC, mas posteriormente atacaram Harã. Deixaram de invadir o Egito somente quando Psamético I os desviou com pagamento de tributo. Por volta de 110 AC, com sua capital em Neópolis, na Criméia, Rússia, controlavam o comércio com esta nação, especialmente no tráfico de trigo e de escravos. Os citas, na verdade, foram uma ‘dor de cabeça’ para muitos reis nesta época e por alguns séculos ainda, pois até Ciro, Dario I e os romanos se viram em guerra contra eles.

 

Parte 2

A terra dos citas

 Sf 1: 7-18 – O dia da ira do Senhor:

 Sf 1: 7-9: “Cala-te diante do Senhor Deus, porque o Dia do Senhor está perto, pois o Senhor preparou o sacrifício e santificou os seus convidados. No dia do sacrifício do Senhor, hei de castigar os oficiais [NVI: líderes], e os filhos do rei, e todos os que trajam vestiduras estrangeiras [NVI: todos os que estão vestidos com roupas estrangeiras]. Castigarei também, naquele dia, todos aqueles que sobem o pedestal dos ídolos e enchem de violência e engano a casa dos seus senhores”.
O Senhor parece estar falando com aqueles que ainda fazem ouvir suas súplicas no Seu altar, mas não se comprometeram a largar o pecado de idolatria e se voltar para Ele. A adoração dividida não era agradável a Ele. De qualquer forma o Seu juízo já havia sido decretado, e Ele não voltaria atrás. O dia do Senhor estava próximo e seria um dia amargo para muitas pessoas (cf. Amós 5: 18). O sacrifício era Judá, e os convidados eram seus inimigos, que também sofreriam debaixo da Sua ira.
Deus deixa Seus alvos de maneira mais especificada, ou seja, os líderes (oficiais), os príncipes e todos os que gostavam da ostentação da riqueza e se vestiam com roupas de outras terras só para impressionar (‘todos os que trajam vestiduras estrangeiras’). Todos deveriam agora se calar diante Dele, pois não havia mais nada a dizer ou explicar. Apesar da reforma religiosa tentada por Josias (2 Rs 23: 1-25), o Senhor não desistiu de puni-los (2 Rs 23: 26-27), pois seus descendentes [Joacaz (ou Salum – Jr 22: 11-12), Eliaquim (ou Jeoaquim), Joaquim (Jeconias) e Matanias (Zedequias): 2 Rs 23: 31-37 – 2 Rs 24: 1-17; 1 Cr 3: 15] exerceram um péssimo governo, empurrando o povo cada vez mais fundo no pecado, o que trouxe Nabucodonosor como um instrumento de punição de Deus sobre aquela terra.

‘Castigarei também, naquele dia, todos aqueles que sobem o pedestal dos ídolos e enchem de violência e engano a casa dos seus senhores’ – no original é: ‘No mesmo dia, também punirei todos aqueles que pulam na soleira (ou no parapeito), que enchem as casas de seus mestres com violência e engano’, e isso pode significar: servos que, a mando do seu senhor, pulavam o peitoril da janela ou a soleira da porta da casa de alguns cidadãos para roubá-las, às vezes com violência, e entregar o fruto desse roubo aos seus amos. Suas casas, portanto, estavam cheias de violência por causa desse ganho desonesto.

 

 

Sofonias

 

Parte  3

 

 

 Sf 1: 10: “Naquele dia, diz o Senhor, far-se-á ouvir um grito desde a Porta do Peixe, e um uivo desde a Cidade Baixa, e grande lamento desde os outeiros [NVI: e estrondos nas colinas]”.

 

A porta do peixe...

A PORTA DOS PEIXES - LUGAR DE CRESCIMENTO E REPRODUÇÃO Nm 3.3Os filhos de Hassenaá edificaram a Porta do Peixe; colocaram-lhe as vigas e lhe assentaram as portas com seus ferrolhos e trancas”

 

A Bíblia Sagrada, quando trata a respeito da reconstrução dos muros de Jerusalém, no Antigo Testamento no livro de Neemias, menciona as doze portas da cidade com os seus primitivos nomes: 

1 – Porta do Gado 
2 – Porta do Peixe (Porta de Damasco) 
3 – Porta Velha (Porta de Jafa) 
4 – Porta do Vale 
5 – Porta do Monturo 
6 – Porta da Fonte 
7 – Porta do Cárcere 
8 – Porta das Águas 
9 – Porta dos Cavalos 
10 – Porta Oriental 
11 – Porta de Mifcade (da Atribuição) 
12 – Porta de Efraim 

 

O que temos em mente, neste estudo, é comentar sobre os símbolos das portas de Jerusalém dos dias distantes de Neemias. 
“De tudo que era mui querido para o Senhor, nada mais seria do que a sua cidade e as suas portas (Sl.87:2,3; 147:12,13). Se é importante para DEUS, deve ser igualmente importante para a Igreja! Os judeus e os cristãos são convidados a orar pela paz de Jerusalém sob promessa de prosperidade aos que a amarem! (Sl.122:6)”. 
 
Das doze portas do período bíblico, hoje existem apenas oito, porém com outros nomes: 
2. A Porta dos Peixes (Ne. 3:3) Lugar de CresCiroento e Reprodução
Na raiz lia palavra <<peixe», na língua hebraica, encontramos o sentido de «crescimento», <<reprodução», «mover-se rapidamente». Isso nos lembra o chamado ao crescimento numérico, à reprodução de nossas vidas em novos filhos, novos peixes, novas ovelhas, em novos crentes. A porta dos. peixes é aquela por onde deixaremos entrar os novos filhos de DEUS. Exige uma decisão de não vivermos só para nós, mas irmos à busca dos que também precisam encontrar JESUS. Estamos interessados na reprodução e no crescimento, pelo que nos disporemos a receber em nossa alma aqueles que vão chegando a JESUS, pois precisam de cuidado, de nutrição e assistência. Quando nos abrimos para receber cada nova pessoa, do jeito que ela vem, com muitos problemas na alma, tantas carecendo de libertação, pois trazem marcas profundas do mundo de onde acabaram de sair, nossa alma será abastecida e enriquecida. O amor de CRISTO vai nos iluminar e seremos capazes de assistir a um número cada vez maior. A compaixão de JESUS se manifestará através do nosso próprio coração e o contacto com essas tenras ovelhinhas do Senhor será usado na nossa própria edificação. A semelhança do Mestre em nosso caráter conhecerá um crescimento constante, pois seremos transformados em canais do Seu amor e graça.
Lembre-se de que DEUS usa as pessoas como canais de bênção e edificação em nossa vida. Até aquelas que parecem menos amáveis e ranzinzas, aqueles temperamentos difíceis, DEUS usará para forjar em nós as virtudes do caráter de JESUS. É assim que o fruto do ESPÍRITO tem uma chance de amadurecer em nossa vida. O amor, a tolerância, a paciência, o perdão, a misericórdia, tudo isso e muito mais se desenvolve no trato com as pessoas, especialmente os novos crentes, tão necessitados de assistência para poderem firmar seus passos na fé. E que oportunidade maravilhosa de crescermos quando a Porta dos Peixes está aberta em nossa alma! Cada novo crente que entrar por ela, será abençoado, mas também deixará conosco uma bênção.
Soa aos nossos ouvidos a Palavra do Senhor: «Vinde após mim, e Eu farei que vos torneis pescadores de homens» (Me. 1:17). E será pela Porta dos Peixes que eles serão por nós alcançados.
 

 

Sofonias 1 parte 4

 

A PORTA DO PEIXE

 

Como vimos, a primeira porta que foi restaurada nos muros de Jerusalém, no livro de Neemias é a porta das ovelhas. Vimos que esta porta não tem tranca nem ferrolhos. Todas as outras tinham trancas, mas a porta das ovelhas não possuía tranca. Isto nos ensina que apesar da cidade ter um muro de separação, separando o santo do profano e o vil do precioso; separando um reino de outro reino e também para deter o inimigo, a Igreja do Senhor tem uma porta aberta para todo aquele que crer e entrar por Cristo, pela porta das ovelhas.

A segunda porta que foi restaurada nos muros de Jerusalém é a porta do peixe: "E a porta do peixe edificaram os filhos de Hassenaá; a qual emadeiraram, e levantaram as suas portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos. E ao seu lado reparou Meremote, filho de Urias, o filho de Coz; e ao seu lado reparou Mesulão, filho de Berequias, o filho de Mesezabeel; e ao seu lado reparou Zadoque, filho de Baana. E ao seu lado repararam os tecoítas; porém os seus nobres não submeteram a cerviz ao serviço de seu senhor" Neemias 3.3-5.

A porta do peixe diz respeito ao evangelismo como um ministério da Igreja. Creio que esta é a porta a qual nos leva para fora no arraial, pela qual devemos levar o seu vitupério (Heb. 13.13). Como vimos, o muro é para fazer separação, e as portas são para que Cristo possa ser conhecido dos que estão dentro dos muros e dos que estão fora. A porta do peixe é a porta que saímos para pregar a Jesus Cristo como as boas novas de Deus.

Jesus, assim que chamou os seus discípulos se referiu a esta porta quando disse: "Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens" Mat. 4.19. Tanto para o evangelho da graça como para o evangelho do reino Jesus usa o peixe como figura do homem pecador a ser alcançado: "Igualmente o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a qualidade de peixes. E, estando cheia, a puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora" Mateus 13.47-48.

O texto de Isaías capítulo 52, no verso 7, também fala da pregação do evangelho, nestes dois aspectos: Graça e Reino, quando diz: "Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina". Fazer ouvir a salvação, e que o nosso Senhor reina. Quando este evangelho, o do reino, for pregado a todas as nações, então virá o fim (Mt. 24.14). O evangelho são as boas novas em uma Pessoa; Jesus Cristo (Rom. 1.1-3).

Esta porta tem trancas e ferrolhos, mas elas se encontram no lado de dentro dos muros. Ela é trancada para os que estão fora não entre por ela, mas pela porta das ovelhas. Ninguém entra pelo evangelho em si, mas pela Pessoa de quem o evangelho se refere, de Cristo, a porta das ovelhas.

A porta do peixe só pode ser aberta por dentro do muro, para os que estão dentro saíam e pregue o evangelho a toda criatura. Por isso o Senhor disse: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" Marcos 16.15. Ele não disse: - Vinde à igreja para ouvir o evangelho. A reunião da Igreja é para o ensino, comunhão, partir do pão e orações como já vimos, mas o evangelho é para os pecadores que estão fora. A ordem do Senhor é 'Ide'.

Como já vimos no ministério sacerdotal, o filho de Deus, como um sacerdote real, ministra coisas espirituais a Deus e aos homens pela vontade de Deus. A Deus no santo e no santíssimo lugar, e aos homens no  átrio, àqueles que estão se achegando a Deus, e fora do arraial, no mundo, aos homens pecadores. A Igreja é uma embaixada, e os filhos de Deus são os embaixadores da parte de Cristo que tem a incumbência do ministério da reconciliação; como se Deus por nós rogasse que os pecadores se reconciliem com Ele (II Cor. 5.20).

O nome daqueles que restauraram esta porta é muito significativo também. Hassenaá quer dizer 'Luz'. Meremote quer dizer 'Alturas'. Mesulão quer dizer 'Amigo'. Zadoque quer dizer 'Reto, Justo', e tecoítas, filhos de Tecoa quer dizer 'Firmes’. O evangelho traz luz das alturas, e nos faz amigos de Deus, justos e firmes no Senhor. O evangelho é Cristo, a Luz, a estrela da manhã surgindo em nossos corações (II Cor. 4.6), nos fazendo nascer do alto, de Deus (Jo. 3.3). Novas criaturas em Cristo, não mais servos, mas amigos (Jo. 15.15). Fazendo de homens pecadores homens justos, sendo Ele a nossa justiça (Jer. 33.16), e fundados e firmes na fé, no evangelho que ouvimos (Col. 1.23).

Algo precioso nestes textos de Neemias é que o Espírito Santo deu testemunho que sempre há alguém ao lado do outro para restaurar. Isto não é obra humana, e muito menos de um ou de alguns homens, mas de Deus usando os seus filhos em comunhão, lado a lado neste trabalho. Como já citamos anteriormente, nem todos são chamados para entrar neste ministério de restauração, mas o propósito de Deus é para todos, que todos cheguem ao pleno conhecimento do Filho de Deus. Aqueles que são chamados têm um coração inclusivo, e também compreende que este trabalho cabe a muitos, cada um com a sua medida de fé e do dom de Cristo (Rom. 12.3, Ef. 4.7). Pensa sobriamente, segundo a graça que Deus deu a cada um. São muitos fazendo a obra, mas com um só coração e propósito: glorificar a Cristo, restaurar o testemunho de Deus.

O evangelho a ser pregado é algo que precisamos considerar também. Paulo já dizia naquela época: "Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; o qual não é outro..." Gálatas 1.6-7. Jesus disse que é fácil sabermos se alguém que prega foi ou não enviado por Deus, quando diz: "Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória; mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça" João 7.18.

Há muitos evangelhos sendo pregado hoje em dia, o qual não é outro, senão anátemas. Quando o evangelho ou qualquer outra pregação não tem a Cristo, não aponta para Ele é anátema. Se um pregador não for cristocêntrico, com certeza estará falando de si mesmo e buscando a sua própria glória. Não há evangelho quando não se fala de Cristo, e este morto e ressuscitado (I Cor. 2.2). Morto, mas que agora reina (At. 2.36). E isto era o que os apóstolos pregaram no poder do Espírito à partir do Pentecostes: "E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça" Atos 4.33.

Paulo em Romanos, fala no capítulo 1, no verso 15, que gostaria de anunciar também aos romanos o evangelho. De que evangelho ele fala, sendo que ele não escreve a pessoas incrédulas, que não conhecem ao Senhor Jesus, mas sim a irmãos em Cristo? E todos eles eram irmãos já amadurecidos como nos apresenta em Romanos capítulo 16!

A princípio vemos nas Escrituras o evangelho da graça: "Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus" At. 20.24. Este evangelho nos fala de toda a graça de Deus que nos foi dada em Cristo naquela cruz. O evangelho da graça é Cristo crucificado, a Palavra da cruz: "Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus" I Cor. 1.17-18.

Quando cremos no evangelho da graça, nascemos de novo e entramos no reino de Deus (João 3.3-5). Uma vez no reino, o Senhor nos apresenta o evangelho do reino. O evangelho da graça nos fala das boas novas em Cristo para a nossa salvação, o evangelho do reino nos fala das boas novas sobre o reino em Cristo: "E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino..." Mat. 4.23.

Grande parte da pregação de Jesus foi sobre o evangelho do reino, o evangelho para os filhos de Deus. Se ouvirmos sobre o evangelho do reino antes de ouvir o evangelho da graça, corremos o risco de achar que a salvação é pelas obras, mas não. O evangelho da graça é toda a graça que nos foi dada por Deus em Cristo, já o evangelho do reino é para que os santos que estão em Cristo sejam o reino: "Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos; se sofrermos, também com ele reinaremos..." II Tim. 2.11-12.

Tanto o evangelho da graça, como o evangelho do reino fala de tudo o que Deus nos deu em Cristo, o Filho do Deus vivo. Como diz Paulo em Romanos 1, o evangelho é a Graça e o Reino em Cristo, não algo separado dEle. A Graça é Cristo e o Reino também, por isso Ele disse: "O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está dentre de vós" Lucas 17.20-21. Isto é o evangelho, a Graça e o Reino por Cristo em nós. Aleluia!

A porta do peixe é a segunda porta a ser restaurada, porque à partir da regeneração, de entrarmos pela porta das ovelhas, o Senhor já nos chama a sair e pregar o evangelho. Qualquer filho de Deus, por mais novo que seja está apto para pregar o evangelho; ele pode anunciar as grandezas daquele que o tirou das trevas para a sua maravilhosa luz (I Pd. 2.9). É por aqui que começa o ministério sacerdotal de todo filho de Deus, o ministério a favor dos homens pecadores.

Nem todos irão ter ministérios da Palavra. Nem todos serão apóstolos, profetas, pastores ou mestres, mas todos os filhos de Deus, sem exceção, são chamados para pregar o evangelho. Muitos após serem salvos Jesus os enviou para anunciar o evangelho, dentre eles a mulher samaritana (Jo 4.39), e o endemoninhado de gadareno (Mc. 5.19), e os próprios apóstolos. Para a obra do ministério para edificação do corpo de Cristo temos que ser aperfeiçoados, mas para pregar o evangelho não. Muitos dão muito fruto no princípio da sua conversão, na alegria do primeiro amor. O fruto do justo é árvore de vida, e o que ganha almas é sábio (Pv. 11.30).

Muitos quando os olhos são abertos para ver a Cristo, e nEle o seu mistério que é a Igreja, ficam centrados apenas na edificação da igreja, mas isto é um erro. A partir do momento que Cristo é restaurado como o tudo, Ele ensina para que a Igreja seja missionária. Esta porta nos ensina isto. Esta é a função da Igreja para com o mundo, para com os homens pecadores. Se a Igreja cuidar somente da edificação, de regar, irá se tornar uma terra alagada, um pântano. Deus tem uma lavoura, mas primeiro é necessário plantar, para depois regar. Não se pode regar algo que ainda não foi plantado.

É verdade que não se pode esquecer de regar também e ficar só no plantio, mas cada coisa tem o seu tempo e propósito. Como diz Paulo, um planta, o outro rega, e Deus dá o crescimento (I Cor. 3.7). A Palavra de Deus como já citamos é semente para o que semeia e pão para o que come, como também água para regar (Isa. 55.10-11). 

A porta do peixe também tem a figura da madre de uma mulher. Ela é uma porta bendita que estará sempre aberta uma vez que é restaurada. Ela é a madre da Jerusalém que é de cima, do alto, a qual é a nossa mãe, que faz nascerem filhos da promessa (Gal. 4.21-28). Como uma estéril que tem muitos filhos, pois a Igreja é estéril em si mesma, porque por ela mesma não pode gerar filhos. Todos nascem de Deus, por milagre (Jo.1.12). Ele abriu a madre, a porta do peixe, e ela estará aberta para fazer nascer: "Abriria eu a madre, e não geraria? diz o Senhor; geraria eu, e fecharia a madre? diz o teu Deus" (Isaías 66.7-11).

Saíamos, pois, por esta porta, e lancemos sobre a Palavra de Cristo as redes, e teremos uma pesca maravilhosa. "Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas serão igualmente boas" Eclesiastes 11.6.

No final do verso 5 do capítulo 3 de Neemias, na versão CMTHG, diz que os nobres não meteram o pescoço no serviço do seu Senhor. O Espírito não deixou de relatar isto, porque é de muita importância para nós. O que é meter o pescoço no serviço do Senhor? É colocar o nosso pescoço na canga com o Senhor, tanto para aprender dEle, como para fazer a sua vontade (Mt. 11.28-30).

Aqui o Espírito relata que nós podemos nos tornar nobres, não nobres no sentido bíblico como os Bereanos, mas aqueles que estão cheios de conhecimento, cheios de orgulho espiritual. Podemos nos assentar como nobres, como aqueles que se servem das coisas do Senhor, mas não servem ao Senhor, não entram no seu serviço. Tornamos-nos daqueles que não negam a si mesmos, e não tomam a cada dia a sua cruz para segui-lo.

Que o Senhor nos guarde de nos sentirmos nobres, capazes, cheios, mas muito poucos atentos no seu serviço, em servirmos ao nosso Senhor. Na restauração há muito trabalho, e não podemos nos sentir nobres e nos eximirmos do serviço, de servirmos de coração ao nosso Senhor.  

   

Obs: Amados irmãos, não deixem de ler os versículos acima citados entre parêntesis, porque eles são a parte mais importante desta meditação. Não é o texto escrito que tem valor, mas a Palavra de Deus. Ela é que é viva e eficaz. O texto é como Esdras fez, para dar sentido ao que estamos falando. O sentido é nosso, mas a Palavra é de Deus. Amém.

 

 

Sofonias

 

Parte 5

 

1. A palavra “peixe” vem do termo grego “ichthus” (iniciais da frase: “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”). A raiz desta palavra traz o sentido de “reprodução”, “crescimento”, “mover-se rapidamente”. Isto nos lembra o chamado ao crescimento numérico, a reprodução de novas vidas, geração de novos filhos, novos peixes, novas ovelhas, novos crentes.

2. A Porta dos Peixes é aquela por onde deixamos entrar os novos filhos de Deus. Exige uma decisão de não vivermos só para nós, mas irmos à busca dos que precisam encontrar Jesus. Paulo afirmou: “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!”, 1Co 9.16.

3. Jesus falou aos discípulos sobre a necessidade de reprodução, Jo 15.5, 8, “8 Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto”; “8 Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos”.

3. Um exemplo de crescimento numérico está na Igreja Primitiva

a) Cento e vinte pessoas, At 1.15, “Naqueles dias, levantou-se Pedro no meio dos irmãos (ora, compunha-se a assembleia de umas cento e vinte pessoas) e disse”.

b) Três mil pessoas, At 2.41, “Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas”.

c) Cinco mil homens At 4.4, “Muitos, porém, dos que ouviram a palavra a aceitaram, subindo o número de homens a quase cinco mil”.

d) Multidão de crentes, At 5.14, “E crescia mais e mais a multidão de crentes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor”.

e) Multiplicando o número de discípulos, At 6.1, 7, “1 Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária”; “7 Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé”.

4. Outro ponto relacionado à Porta dos Peixes, está no cuidado que precisamos dispor para receber em nossa alma aqueles que estão chegando a Jesus, uma vez que precisam de cuidado, nutrição e assistência. Estas novas vidas geradas pelo Espírito de Deus, carregam marcas profundas do mundo que acabaram de sair, e carecem de um amor sincero de nossa parte:

a) At 4.32, “Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum”.

b) At 2.44. “Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum”.

5. Nosso relacionamento entre irmãos nem sempre é amável, sem problemas. Muitas vezes, Deus usa aqueles irmãos ranzinzas, de temperamento difícil, para forjar em nós as virtudes do caráter de Cristo. Através do trato com as pessoas, temos a chance de amadurecer em nossa vida. Crescemos no amor, na tolerância, na paciência, na misericórdia, e tudo mais se desenvolve em nós no trato com as pessoas, especialmente os novos crentes, 1Co 11.18-19, “18 Porque, antes de tudo, estou informado haver divisões entre vós quando vos reunis na igreja; e eu, em parte, o creio. 19 Porque até mesmo importa que haja partidos entre vós, para que também os aprovados se tornem conhecidos em vosso meio”.

6. A Porta do Peixe, representa a reprodução, cuidado, crescimento, Mc 1.17, “Vinde após mim e eu vos farei pescadores...”.

 


A KJV traduz como: “E acontecerá naquele dia, diz o Senhor, que haverá o barulho de um grito desde o Portão do Peixe, e um uivar do segundo (portão), e um grande estrondo das colinas”. A palavra hebraica para ‘segundo’ é mishneh, o que corresponde à Porta Velha ou Portão Mishneh, também a noroeste de Jerusalém, um pouco abaixo da Porta do Peixe, e que possivelmente levava à cidade baixa, que no versículo seguinte é chamada de Mactés.

Seguindo:
Sf 1: 11: “Uivai vós, moradores de Mactés [NVI: cidade baixa; ou ‘no lugar onde se faz argamassa’], porque todo o povo de Canaã está arruinado, todos os que pesam prata são destruídos [NVI: todos os seus comerciantes serão completamente destruídos, todos os que negociam com prata serão arruinados]”.
A KJV traduz como: “Uivai, habitantes de Maktesh, pois todos os comerciantes estão abatidos; todos os que carregam prata estão destruídos”.
A tradução literal do hebraico feita pela Versão Concordante do Antigo Testamento (CVOT) é: “Uivai, moradores do buraco moldado de argamassa, pois todo o povo de Canaã está silencioso, todos os que pesam prata são destruídos”.

O significado do nome Mactés (Maktesh), a cidade baixa, segundo a NVI e a CVOT é ‘lugar onde se faz argamassa’ ou ‘buraco moldado de argamassa’, e alguns estudiosos contemporâneos sugerem que estava situada em alguma parte do Vale do Tiropoeon (vale dos queijeiros, do lado oeste), dentro dos muros da cidade, e que era a área da cidade dedicada ao comércio, onde pessoas mercenárias costumavam ficar. Assim, o portão ou porta Mishneh deveria ser como uma passagem estreita em declive, revestida de argamassa, em direção à outra parte da cidade. Pelo fato de Maktesh ter o significado de ‘pilão’, ‘almofariz’, ‘gamela’, e a tradução CVOT escrever: ‘moradores do buraco moldado de argamassa’, nos leva a imaginar se, por acaso, o portão Mishneh, como dissemos acima, era uma passagem que levava para um nível inferior da cidade e, por ser ele revestido com argamassa, a outra parte se assemelhava a uma gamela, uma vasilha, um pilão, colocada no fundo, onde os comerciantes ficavam (os ‘moradores do buraco moldado de argamassa’).
Voltando ao raciocínio do texto bíblico:
No dia da visitação de juízo do Senhor se ouvirá um grito desde a Porta do Peixe, no noroeste da cidade, até um pouco abaixo, na Cidade Baixa (em hebraico, Maktesh).

‘Um grito desde a Porta do Peixe’ sugere o ataque de um exército invasor vindo do norte, muito provavelmente, o exército babilônico. Também haverá lamentos nas colinas, ou mais possivelmente (segundo a KJV e a NVI), estrondos nas colinas, correspondendo ao ruído da aproximação de um exército.
‘Todo o povo de Canaã’ – nos tempos do AT, a Fenícia era chamada de Canaã, e seus habitantes, cananeus, que significa ‘comerciantes’. Em grego, a Fenícia é chamada Phoiníkē, Φοινίκη), ‘terra das palmeiras’. Por isso, o termo Canaã aqui em relação ao bairro de Mactés.
‘Todos os que pesam prata’ significam os comerciantes, pois para comprar e vender mercadorias pesava-se o dinheiro. Havia balanças para isso. O Senhor vai lidar com a iniqüidade de maneira tão precisa quanto os comerciantes pesavam o dinheiro ou os ourives negociavam ouro e prata. Tudo isso estaria em declínio, e muitos deles seriam destruídos.

As muralhas de Jerusalém no tempo de Neemias e os portões da cidade
• Sf 1: 12-13: “Naquele tempo, esquadrinharei a Jerusalém com lanternas e castigarei os homens que estão apegados à borra do vinho [NVI: castigarei os complacentes, que são como vinho envelhecido, deixado com os seus resíduos] e dizem no seu coração: O Senhor não faz bem, nem faz mal. Por isso, serão saqueados os seus bens e assoladas as suas casas; e edificarão casas, mas não habitarão nelas, plantarão vinhas, porém não lhes beberão o vinho”.
No momento em que o Senhor decidir agir, Ele vai vascular, dia e noite e todos os recônditos, até o lugar mais escondido (‘com lanternas’), fazendo uma busca total para que ninguém escape e nenhum pecado passe despercebido. Isso seria pior para as pessoas descuidadas, que vivem dos prazeres e alheias à realidade, como os bêbados.

‘Castigarei os homens que estão apegados à borra do vinho’ ou ‘castigarei os complacentes, que são como vinho envelhecido, deixado com os seus resíduos’ – isso significa os auto-indulgentes, que preferem viver com a alma suja de resíduos indesejáveis, se conformando com o seu caráter deformado e com velhos conceitos. Durante o envelhecimento do vinho ele era conservado em jarras ou odres, que possuíam uma espécie de respiradouro para eliminar o dióxido de carbono (decorrente do desdobramento dos açúcares em álcool através da fermentação) e evitar a entrada de oxigênio, a fim de que não se tornassem vinagre. Quanto mais tempo os vinhos descansavam, mais as borras se precipitavam no fundo do recipiente e eles se clarificavam, melhorando seu buquê e seu sabor. Depois os vinhos eram transportados para outros receptáculos, e o processo era feito novamente até ficarem com o sabor ideal. A bíblia se refere a isso de muitas formas: Jó 32: 19 (‘respiradouro’); Is 25: 6 (‘vinhos velhos bem clarificados’); Jr 13: 12 (‘jarro’); Jr 48: 11 (‘fezes do seu vinho’ = borras do seu vinho); Sf 1: 12 (‘borra do vinho’). Em Lc 5: 39 está escrito: ‘E ninguém, tendo bebido o vinho velho, prefere o novo; porque diz: O velho é excelente’ – porque estava clarificado, livre da borra.

Uma pessoa dessas já mostrou que não tinha intimidade com o Senhor, por isso ela dizia: ‘O Senhor não faz bem, nem faz mal’. É como dizer: ‘Não cheira nem fede’, o que para Deus era um insulto que não passaria sem resposta. Por isso, Ele diz que seus bens serão saqueados e as suas casas, assoladas; nem que as edifiquem eles vão morar nelas, tampouco beberão vinho das vinhas que plantarem.

• Sf 1: 14-16: “Está perto o grande Dia do Senhor; está perto e muito se apressa. Atenção! O Dia do Senhor é amargo, e nele clama até o homem poderoso [NVI: até os guerreiros gritarão]. Aquele dia é dia de indignação, dia de angústia e dia de alvoroço e desolação, dia de escuridade e negrume, dia de nuvens e densas trevas [NVI: Aquele dia será um dia de ira, dia de aflição e angústia, dia de sofrimento e ruína, dia de trevas e escuridão, dia de nuvens e negridão], dia de trombeta e de rebate contra as cidades fortes e contra as torres altas [NVI: dia de toques de trombeta e gritos de guerra contra as cidades fortificadas e contra as torres elevadas]”.

Sofonias repete que está perto o dia da ira do Senhor, e descreve de maneira bastante enfática os horrores da destruição e da batalha. Esse dia será bem amargo para os perversos e eles procurarão uma maneira de escapar, um raio de luz para iluminar seus caminhos e suas mentes desnorteadas e seus corações angustiados, mas não encontrarão. As cidades fortificadas serão invadidas e as torres de defesa serão derrubadas. Pode-se notar a alusão à fumaça de uma cidade que foi queimada pelo invasor. Isso pode ser uma metáfora para o julgamento do final dos tempos, mas aqui, em especial, parece se referir à invasão de um exército inimigo. Se ele fala de cidades fortificadas sendo invadidas e destruídas (‘dia de trombeta e de rebate contra as cidades fortes e contra as torres altas’ ou ‘dia de toques de trombeta e gritos de guerra contra as cidades fortificadas e contra as torres elevadas’) não parece estar se referindo à derrota de Josias no Vale de Megido, mesmo porque nos versículos anteriores ele estava falando sobre Jerusalém e suas portas principais (Porta do Peixe e Portão Mishneh ou Porta Velha) e sobre a cidade baixa (Mactés); portanto, é mais provável que esteja se referindo à invasão de Jerusalém. Também não parece se tratar de nenhuma invasão dos citas, mesmo porque a bíblia nunca deu a entender que os citas invadiram Israel ou Judá, e não se fala muito disso na História. Como é um dia de indignação, alvoroço e angústia, é porque as misericórdias do Senhor se esgotaram para com aquele povo porque a iniqüidade era grande ou porque eles as rejeitaram. Embora não seja mencionado claramente o nome do invasor, muito provavelmente trata-se uma invasão babilônica. Eu comentei anteriormente que apesar da reforma religiosa tentada por Josias (2 Rs 23: 1-25), o Senhor não desistiu de puni-los (2 Rs 23: 26-27), pois seus descendentes [Joacaz (ou Salum – Jr 22: 11-12; 1 Cr 3: 15; não era o filho mais velho de Josias), Eliaquim (ou Jeoaquim; outro filho de Josias), Joaquim (Jeconias, filho de Jeoaquim) e Matanias (Zedequias, irmão de Jeoaquim): 2 Rs 23: 31-37 – 2 Rs 24: 1-17] exerceram um péssimo governo, empurrando o povo cada vez mais fundo no pecado, o que trouxe Nabucodonosor como um instrumento de punição de Deus sobre aquela terra.

• Sf 1: 17-18: “Trarei angústia sobre os homens, e eles andarão como cegos, porque pecaram contra o Senhor; e o sangue deles se derramará como pó, e a sua carne será atirada como esterco [NVI: suas entranhas como lixo]. Nem a sua prata nem o seu ouro os poderão livrar no dia da indignação do Senhor, mas, pelo fogo do seu zelo, a terra será consumida [NVI: o mundo inteiro será consumido], porque, certamente, fará destruição total e repentina de todos os moradores da terra”.
Os versículos retratam um severo sofrimento, muita dor e aflição. Os homens ficarão desnorteados e parecerão cegos, sem esperanças e sem ter para onde fugir, pois o ataque parece ser repentino. Os cadáveres serão deixados nas ruas, como lixo ou esterco.
“Nem a sua prata nem o seu ouro os poderão livrar” indica que ninguém poderá usar este recurso para se livrar da sentença do Senhor, ainda que seja para comprar comida, pois Sofonias escreve em seguida: ‘pelo fogo do seu zelo, a terra será consumida’, o que pode indicar destruição de plantações e pomares pelo fogo provocado pelo exército inimigo.

 veja os vídeos em meu canal youtube https://youtu.be/fbjW2Ziy7Bo


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PI-HAIROTE UM BECO SEM SAÍDA!

A PORTA DO CÁRCERE

PORQUE A MULHER DE LÓ VIROU ESTÁTUA DE SAL?