Sofonias 3;1-5 Oráculos de Deus sobre Jerusalém

Sofonias 3

Vamos dividir o capítulo em quatro temas para estudarmos juntos sobre a justiça de Deus e a falibilidade humana.

   1-Injustiça humana e justiça de Deus 3.1 – 5

    2-Promessa de purificação 3.6 – 10

    3- Felicidade dos remanescentes 3.11 – 14

    4-O Deus que muda nossa sorte   3.15 – 20

 

A injustiça humana e

Ai da rebelde e contaminada, da cidade opressora!
Não obedeceu à sua voz, não aceitou o castigo; não confiou no Senhor; nem se aproximou do seu Deus.
Os seus príncipes são leões rugidores no meio dela; os seus juízes são lobos da tarde, que não deixam os ossos para a manhã.
Os seus profetas são levianos, homens aleivosos; os seus sacerdotes profanaram o santuário, e fizeram violência à lei.
O Senhor é justo no meio dela; ele não comete iniqüidade; cada manhã traz o seu juízo à luz; nunca falta; mas o perverso não conhece a vergonha.

Em Sofonias 3, o Senhor Deus apresenta um paralelo entre o comportamento humano e o Seu. Um comportamento injusto e opressor de nossa parte e o comportamento justo e benigno do nosso Deus.

Deus açoita a todos  que ama.

Todos os dias cometemos muitos erros. Todos eles ferem o coração de Deus. Mas o que lhe causa mais dor é o fato de estarmos atentos à sua correção. Todos os dias Ele está entre nós por meio de seu Espírito Santo, e poucos de nós prestam atenção às suas palavras.

 

Por isso precisamos estar atentos à sua Palavra e à direção do seu Espírito, para que possamos desfrutar da paz da sua justiça.

Sofonias foi escrito para conclamar o povo de Judá e de Jerusalém ao arrependimento em face da invasão babilônica, bem como à esperança numa grande restauração após o tempo de destruição e exílio.

Como dissemos, o profeta acrescenta detalhes a respeito do julgamento que brevemente viria ao nomear nações específicas e assim, dividimos essa parte nas seguintes seções: A. Contra a Filístia (2.4-7) – já vista; B. Contra Moabe e Amom (5.8-11) – já vista; C. Contra a Etiópia (2.12) – já vista; D. Contra a Assíria (2.13-15) – já vista; E. Contra Jerusalém (3.1-5) – veremos agora.

E. Contra Jerusalém (3.1-5).

Agora a palavra profética de Sofonias é contra Jerusalém que logo é chamada de rebelde e contaminada, cidade opressora. Nesse caso, as referências a profetas, sacerdotes, ao santuário e à lei indicam que o profeta se dirigia a Jerusalém.

Observamos  que esse oráculo pressupõe o crime mais hediondo, uma vez que os crimes de Jerusalém eram cometidos contra o Senhor que havia falado de maneira especial aos seus habitantes e os havia escolhido entre todos os povos (Am 2.4-5,10-16; 3.2).

A idolatria e a  promiscuidade espiritual geraram um clima de insatisfação  no coração de Deus e então Ele  agora agiria  com justiça contra o pecado . Todo pecado merece a justa retribuição, e o pecado da idolatria que afetou Judá,, mostrava que o  povo buscava nos deuses estranhos o socorro que seria prerrogativa exclusiva do Senhor. Os deuses dos assírios  como Baal, Milcon, Azerah e  os astarotees ou baalins nunca ajudaram em nada ao  povo de Deus. Quebraram o primeiro mandamento.. “Não terás outros deuses diante de mim”!  

O povo e os líderes eram acusados de infidelidade (3.1-4) em contraste com a fidelidade do Senhor (vs. 5). A acusação geral de 1.17 agora se torna específica.

Ela era desprezadora, pois não ouvia a voz do Senhor, nem aceitava o seu castigo, também não confiava nele e portanto nem se aproximava. Ela não atendia a ninguém. Literalmente, "Ela não ouve a voz de ninguém"; isto é, à voz de Deus revelada quer na lei (Dt 31.9-13), por intermédio dos profetas (ir 7.23-28; Ag 1.12) ou por meio de mestres sábios (Dt 1.13-15).

Estão presentes nesse versículo 4 verbos interessantes falando da maneira como Deus age conosco.

1.      Obedecer à sua voz – Deus nos fala quer por sua palavra, quer por outros meios, mas ele fala e nos mostra a sua vontade para obedecermos.

2.      Não aceitar o castigo. As consequências de não obedecer a voz do Senhor podem trazer para nós problemas e situações difíceis, mas resistimos a elas achando que são por puro acaso e nada tem a ver com Deus. (Veja o vs. 7.) É tão importante aceitar a correção que a incapacidade de ser receptivo a ela conduz à morte (Pv 5.23; Jr 2.30; 5.3; 7.28; 32.33), e a sua aceitação leva à vida. (Pv 6.23).

3.      Não confiar no Senhor. Além de não obedecer, nem aceitar a sua correção, não confiamos no Senhor que ele se importa e cuida de nós.

4.      Não se aproximar do Senhor. Por fim, o que fazemos é piorar a nossa situação porque não nos aproximaremos dele, antes buscaremos outra coisa para ocupar o lugar do Senhor e isso é um terrível engano. A frase "aproximar-se do seu Deus' significa "aproximar-se de Deus de maneira própria em adoração" (cf. Lv 95-8; 10.4-5; 16.1ss.). O culto deve vir do coração e não apenas da boca Is 29.13; Jo 4.24).

Os versos 3 e 4 (Veja Mq 3.9-11) fazem acusações graves contra os príncipes, juízes, profetas e sacerdotes que estavam em benefício próprio pervertendo o direito, a justiça e o juízo.

Eles eram como leões rugidores. As imagens dos leões e dos lobos imundos descrevem aqui a natureza predatória, feroz e gananciosa dos oficiais do governo cujo ofício era proteger a sociedade e dar estabilidade a ela.

Os seus profetas e os seus sacerdotes (Is 28.7; Jr 4.9; 5.31; 6.13; 8.10; Os 43-6) eram levianos, homens pérfidos (Mq 2.6-11; 3.5-8), mas no meio dela, o Senhor era o sol da justiça. Sofonias contrasta a presença do Senhor justo, dentro de Jerusalém, com a presença dos líderes corruptos e injustos, também presentes ali.

A essência da promessa do Deus da aliança é a sua presença no meio do seu povo (Êx 33.14-15; Nm 14.14; Is 43.2). O fato de Deus estar no meio (ou dentro) de Jerusalém é aqui considerado como uma ameaça de julgamento, mas o mesmo termo hebraico no vs. 17 (onde é traduzido por "no meio de ti.) significa salvação.


vídeo pode ser visto em meu canal youtube https://youtu.be/kFO-WxE7Kik

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