Porque nao sou calvinista

Porque nao sou calvinista!


João Calvino (Noyon10 de julho de 1509 — Genebra27 de maio de 1564) foi um teólogo cristão francês. Aos 14 anos foi estudar em Paris preparando-se para entrar na universidade. Estudou gramática, filosofia, retórica, lógica, aritmética, geometria, astronomia e música. Em 1523 foi estudar no famoso Colégio Montaigu. Em 1528, com 19 anos, iniciou seus estudos em Direito e, depois, em Literatura. Em 1532 escreveu seu primeiro livro, um comentário à obra De Clementia de Sêneca. Em 1533, na reabertura da Universidade de Paris, escreveu um discurso atacando a teologia dos escolásticos e foi perseguido. Possivelmente foi neste período 1533-34 que Calvino se converteu, por influência de seu primo Robert Olivétan.
Calvino teve uma influência muito grande durante a Reforma Protestante, que continua até hoje. Portanto, a forma de protestantismo que ele ensinou e viveu é conhecida por alguns pelo nome calvinismo, embora o próprio Calvino tivesse repudiado contundentemente este apelido. Esta variante do protestantismo viria a ser bem sucedida em países como a Suíça (país de origem), Países BaixosÁfrica do Sul (entre os africânderes), InglaterraEscócia e Estados Unidos.
Nascido na casa dele , ao norte da França, foi batizado com o nome de Jehan Cauvin. A tradução do apelido de família "Cauvin" para o latim Calvinus deu a origem ao nome "Calvino", pelo qual se tornou conhecido. Calvino foi inicialmente um humanista. Nunca foi ordenado sacerdote. Depois do seu afastamento da Igreja Católica, este intelectual começou a ser visto, gradualmente, como a voz do movimento protestante, pregando em igrejas e acabando por ser reconhecido por muitos como "padre". Vítima das perseguições aos huguenotes na França, fugiu para Genebra em 1536, onde faleceu em 1564. Genebra tornou-se definitivamente num centro do protestantismo europeu e João Calvino permanece até hoje uma figura central da história da cidade e da Suíça.[1]
Martinho Lutero escreveu as suas 95 teses em 1517, quando Calvino tinha oito anos de idade. Para muitos historiadores, Calvino terá sido para o povo de língua francesa aquilo que Lutero foi para o povo de língua alemã - uma figura quase paternal. Lutero era dotado de uma retórica mais direta, por vezes grosseira, enquanto que Calvino tinha um estilo de pensamento mais refinado e geométrico, quase de filigrana.
Segundo Bernard Cottret, biógrafo francês de Calvino: "Quando se observa estes dois homens podia-se dizer que cada um deles se insere já num imaginário nacional: Lutero o defensor das liberdades germânicas, o qual se dirige com palavras arrojadas aos senhores feudais da nação alemã; Calvino, o filósofo pré-cartesiano, precursor da língua francesa
Calvinismo
Estritamente, Calvinismo é o nome dado aos ensinamentos de João Calvino (1509-1564), reformador, nascido perto de Noyon, França, do século XVI, que é muito abrangente (principalmente sua eclesiologia e antropologia). De uma forma mais ampla, Calvinismo é o sistema teológico que abrange os ensinamentos de Calvino e, por vezes, também de seus seguidores.[1]Brasileiramente, muitas vezes o termo “calvinismo” é usado para referir-se não a todo o sistema teológico calvinista, mas à perspectiva sobre a eleição, ou seja, o pensamento teológico de que Deus elege o homem a partir de Sua soberania. Geralmente isto é feito em contraposição ao Arminianismo. O foco neste opúsculo é abordar as perspectivas acerca da eleição nestes sistemas teológicos e não o sistema teológico como um todo.

 Perspectiva Calvinista sobre a Eleição
A confissão Calvinista foi elaborada no Sínodo de Dort (1618-1619), atribuída a Teodoro Beza (1519-1605), discípulo de Calvino, em resposta aos seguidores de Jacobus Arminius (1560-1609) com seu documento Remonstrance de 1610. Percebe-se que foi elaborada após a morte de Jacobus Arminius.
A perspectiva calvinista clássica acerca da eleição observa-se por meio de cinco itens principais:
O homem é totalmente depravado; a capacidade de querer seguir a Deus foi destruída;
Deus elegeu homens para serem salvos incondicionalmente;
Cristo morreu para salvar os eleitos;
A graça irresistível é apresentada aos eleitos;
O eleito perseverará, inevitavelmente, para a salvação final.
Estes cinco itens são apresentados em cinco temas principais: 1) Depravação Total (Ef 2.1, 3; Cl 2.13; Jo 1.12, 3.3, 6, 7, 6.65, 8.44; Rm 3.10, 11, 9.16, 8.7-9; 1Co 2.14; 2Co 3.5; Ti 1.15; Ez 36.26; Sl 51.5); 2) Eleição Incondicional (Ef 1.5-11; Rm 8.28, 30; 1Co 1.27-29; Mt 11.27, Jo 15.16; 2Ts 2.13); 3) Expiação Limitada (Mt 1.21, Ef 1.4, 5.25; 1Co 15.3, 22; Jo 1.9, 5.21, 17.9; Rm 5.15, 9.11-13; Mc 10.45; 1Pe 3.18); 4) Graça Irresistível (Rm 9.15, 19, 21, 22; Lc 14.23; Jo 6.44) e; 5) Perseverança dos Santos (Jo 5.24,.6.39, 40, 10.27-29, 17.12; Hb 10.14; Rm 8.16, 29, 30, 35-39; Ef 1.13, 14; Fp 1.6; 2Tm 1.12, 2.13; 1Pe 1.5; 1Jo 5;.13; Jd 24, 25 ).

Estes temas popularizaram-se em sua versão inglesa, por formar o acróstico TULIP (aportuguesadamente, chamado de “TULIPA”), a partir da primeira letra de cada tema, utilizado mnemonicamente para o ensino:
Total Depravity (Depravação Total)
Unconditional Election (Eleição Incondicional)
Limited Atonement (Expiação Limitada)
Irresistible Grace (Graça Irresistível)
Perseverance of the Saints (Perseverança dos Santos)
O Sínodo de Dort não optou sobre a controvérsia supralapsoriana e infralapsoriana.[2]
Critica-se o fato de que os seguidores de João Calvino que formularam o Calvinismo, pois o próprio Calvino não advogava uma “Expiação Limitada”, ensinando que Cristo morreu por todos, os pecados do mundo foram expiados (Comentários de Calvino de Gálatas a Colossenses), sendo isto uma doutrina de Teodoro Beza.
Dentre os calvinistas mais notáveis na histórica enumeram-se: Charles Hodge, Jonathan Edwards, Charles Spurgeon, George Whitefield e R. C. Sproul. Contemporaneamente, este sistema teológico estriba as abordagens teológicas das Igrejas Presbiterianas e Anglicanas, dentre muitas outras.
As raízes do Calvinismo já podem ser vistas em Aurélio Agostinho (354-430 d.C.).
Calvinismo Moderado – Acredita que a imagem de Deus foi manchada pela queda, mas não apagada, assim sendo, o homem teria a capacidade rejeitar a oferta de salvação (Mt 23.37, Jo 1.12, Dt 30.19, Js 24.15, 2Sm 24.12, Jo 8.24, 6.69, 9.36, 38, 10.25). A salvação é oferecida para todos e não apenas para os eleitos, assim sendo, acredita na expiação ilimitada (Jo 8.34, 12.37). Uma pessoa não pode crer sem a ajuda da graça de Deus (Fp 2.13-13). Diferencia-se do Arminianismo, principalmente, por afirmar que Deus não apenas antevê as circunstâncias, mas as determina (At 2.23, 4.27-28; Jo 6.44, 10.17-18, Lc 22.22; 1Pe 2.8; Gn 45.8, 50.20; Rm 10.13). Deus viu o uso de nossa liberdade, e, vendo, determinou, sempre de acordo com sua presciência. É considerado um Arminianismo enrustido por grande parte dos Calvinistas.[6]
Hiper-Calvinismo – Supralapsário e enfatiza a dupla predestinação, ou seja, Deus predestinou uns para o céu e outros para o inferno. O Calvinismo Clássico afirma apenas que Deus elegeu alguns para a salvação e os outros não seriam eleitos. A diferença consiste que o “Hiper” afirma que Deus pré-ordenou alguns para o Inferno, enquanto o Clássico afirma que Deus só elegeu para a salvação, mas os não-eleitos não são eleitos para o inferno; simplesmente são não-eleitos (evidentemente, conseqüentemente, os não-eleitos irão para o inferno, mas não, necessariamente, foram eleitos para tal, eles, apenas, não são eleitos). A pessoa é coagida interna ou internamente da própria salvação. Ela não tem escolha. No Hiper-Calvinismo ressalta-se ainda que, se uma pessoa é eleita e de modo algum perderá a salvação, ela pode viver desregradamente e dissolutamente, pois já está salva mesma. Nisto também difere do Calvinismo Clássico, no qual Calvino defendia que se alguém é, realmente, um eleito, evidenciará sua eleição por meio de uma vida de santidade, compromissado com Deus.
Cripto-Calvinismo – Calvinismo Secreto. Surge no século XVI por meio da influência do Calvinismo no pensamento Luterano. Philip Melanchton e alguns dos seus seguidores foram acusados de se acomodarem excessivamente às doutrinas de Calvino e, portanto, de praticarem o Cripto-Calvinismo, fazendo com que as opiniões de Calvino estivessem sendo secretamente sustentadas por membros da Igreja Luterana.
Barthianismo – Afirma que em Cristo está a Eleição e a Reprovação, o sim e o não. Destarte, se Ele leva a reprovação da humanidade sobre Ele e Ele foi aprovado por Deus, logo, nEle, a Humanidade encontra a aprovação. Karl Barth é acusado por muitos como Universalista (perspectiva que afirma que no final de todas as coisas, todos herdarão à salvação; semelhante à doutrina da apokatástasis (¢pokat£stasij), que, baseando-se, principalmente, em At 3.21, afirma que, no final, todas as coisas, até o diabo e seus anjos, serão restaurados; defendida por Orígenes).

Supralapsarianismo (ou Supralapsorianismo) – Termo ligado ao Calvinismo. Perspectiva que afirma que o homem foi eleito antes da Queda. Deus cria uns para serem salvos e outros para serem perdidos; Teodoro Beza (1519-1605) defendia este posicionamento; associado ao Calvinismo Extremo.

 Infralapsarianismo (ou Infralapsorianismo) – Perspectiva também ligada ao Calvinismo, que afirma que a Eleição ocorreu após o fato da Queda. O Calvinismo Clássico caminha nesta perspectiva, bem como João Calvino.
Amyraltianismo (ou Amyraldianismo ou Redenção Hipotética ou Universalismo Hipotético) – Proposto por Moisés Amyrault (1596-1664)para ser um meio termo entre Calvinismo e Arminianismo. Deus ama os homens e enviou Seu Filho para realizar a salvação de todos os homens possíveis. Deus, em virtude de um decreto universal hipotético, oferece a salvação a todos os homens, caso eles creiam em Cristo. Todos os homens têm a capacidade natural de se arrepender e crer. Como essa capacidade natural foi obliterada por uma incapacidade moral, Deus determinou conceder Sua graça eficaz a um número determinado entre a raça humana e assim assegurar sua salvação.
Monergismo – junção dos termos gregos mónos + érgon + ismós(mÒnoj + œrgon +„smÒj), “sistema do trabalho de um”, ou seja, apenas Deus age no processo de salvação. Termo utilizado, constantemente, para o Calvinismo Clássico.
Sinergismo – junção dos termos gregos sýn + érgon + ismós(sÚn + œrgon +„smÒj), “sistema do trabalho em conjunto”, ou seja, há uma ação conjunta no processo de salvação. O homem dá um passo em direção a Deus e Deus dá um passo em direção ao homem. Utilizado, geralmente, para o Arminianismo e Calvinismo Moderado.
Graça Preveniente – Graça que Deus oferece e concede a todas as pessoas de alguma forma e é absolutamente necessária para que os pecadores caídos – mortos em pecados e escravos da vontade – creiam e sejam salvos. É a graça sobrenatural, auxiliadora e outorgante de Jesus Cristo. Mas por ser preveniente (acontece antes), pode ser resistida. Se o homem aceitar esta graça e permitir que ela opere em sua vida pela fé, ela se tornará justificadora, eficaz. Esta perspectiva é Arminiana e Sinérgica, na qual, o homem coopera com sua vontade com esta graça para a conversão.

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